Re-habitar a escola na era do Antropoceno: contribuições da mesologia para um novo olhar sobre as condições de trabalho docente
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644485359Palavras-chave:
Antropoceno, Condições de trabalho docente, Si mesológicoResumo
Mais que uma nova era geológica em estudo no campo das ciências naturais, face às mudanças climáticas e impactos da atividade humana sobre o planeta, o antropoceno tem se mostrado um fértil aporte conceitual para a produção de conhecimentos nas ciências humanas e sociais, em especial no campo educacional. Diante desse quadro, o artigo se interessa pelo antropoceno com o duplo objetivo de identificar as questões que o conceito suscita em âmbito educacional, especialmente no que se refere às condições de trabalho docente, e propor novas ferramentas teóricas capazes de contribuir ao enfrentamento dessas questões. Para tanto, apoia-se em uma pesquisa em curso de realização de acordo com os referenciais teórico-metodológicos da pesquisa biográfica em educação, intitulada “Condições de trabalho docente e promoção da saúde global à luz do conceito de ‘permacultura humana’: análise e propostas para responder aos desafios do Antropoceno na escola como instituição do laço”. Após traçar brevemente as origens e debates em torno da noção de antropoceno e constatar a necessidade que ela convoca no sentido de pensar a educação de novas maneiras, o artigo discute as reconfigurações do espaço na contemporaneidade, em suas incidências sobre o espaço da escola para, por fim, propor o conceito de si mesológico. Oriundo da mesologia, este revela ser uma potente ferramenta teórica para o enfrentamento da urgência de transformações profundas na relação a si mesmo, ao outro e ao mundo natural e social que se encontra no cerne dos desafios antropocênicos e de seus impactos em meio escolar, que pode ser re-habitado enquanto instituição de vínculos.Referências
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