Letramentos dos corpos: direitos linguísticos e existenciais das pessoas negras surdas
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644464791Palavras-chave:
Interseccionalidade, Pessoas Negras Surdas, Direitos linguísticos e existenciais.Resumo
O capitalismo, criado com a colonialidade, utiliza-se da dominação da natureza e tudo o que dela faz parte para a manutenção desse sistema econômico mundial. A colonialidade implementa a tecnologia da dominação e da exploração dos corpos e com suas intersecções, uma vez que é impossível a fragmentação do corpo. O objetivo central desta discussão é suscitar a reflexão sobre como os corpos de pessoas negras surdas, situados no sistema-mundo, estruturado pela colonialidade e pelo capitalismo neoliberal, enunciam sentidos, tencionando, assim, as relações de poder nas quais se envolvem. O sistema-mundo é opressor e subalterniza as pessoas negras surdas, impondo-lhes visões branco-ouvintistas para a manutenção da supremacia da colonialidade. Nosso pressuposto é que a subalternização e a dominação de seus corpos estão ligadas à negação dos direitos linguísticos e existenciais da população negra surda brasileira, como um todo. Esse pressuposto se sustenta na revisão da literatura que aborda a intersecção das questões de raça, surdez e direitos linguísticos. A partir das referências selecionadas, foram sintetizadas reflexões teóricas que possibilitam evidenciar a colisão das estruturas de cultura/linguagem/epistemologia, raça/cor, gênero/sexualidade, classe e outras categorias de classificação de identificação sociais. No final, foi possível constatar que a opressão e marginalização dos corpos das pessoas negras surdas são resultantes das colisões criadas pelo racismo estrutural, criado pela colonialidade e mantido pelo capitalismo globalizado, reverberando, assim, a negação dos direitos linguísticos e existenciais de pessoas negras surdas.Referências
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