Bartleby e a contingência: o saber-fazer-com o impossível
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644430745Palavras-chave:
Educação, Impossível, Contingência.Resumo
Este ensaio propõe uma reflexão que parte da narrativa literária Bartleby, o escrevente: uma história de Wall Street, escrita em 1853 por Herman Melville. O objetivo é operar com as noções de contingência e de saber-fazer-com o impossível, no campo da educação. Apoiado no pressuposto freudiano de que educar é uma das profissões que opera com o impossível e em diálogo com a leitura de Giorgio Agamben, que localiza no clássico de Melville a manifestação da contingência absoluta, este texto propõe que Bartleby, ao sustentar um lugar de resistência, em que a impossibilidade é compreendida como pura potência, promove um corte e instala um espaço para que alguma coisa que não estava dada a priori possa aparecer. Dessa forma, pensa-se que o personagem oferece pistas para inventar modos de um saber-fazer-com o impossível que pode interessar à educação. É por meio da narrativa literária de Herman Melville, articulada em torno do “preferiria não”, que se evidenciam coordenadas de uma constelação ética para um saber-fazer-com o impossível no campo da educação.
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