Histórias Entrelaçadas de Mulheres Cerradinas
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644487440Parole chiave:
Cerrado goianoAbstract
Neste texto, são apresentadas as trajetórias entrelaçadas de Santa Dica, Maria José Alves Dias, Maria Lourdes Sousa Santos e Dona Procópia, mulheres afrodiasporizadas sustentadoras das memórias de luta do cerrado goiano. A proposta da pesquisa é perceber os modos de organização dessas mulheres para lidar com as questões coletivas relacionadas às consequências para a população afrodiaspórica, dos processos de racialização e colorização impostos aos africanos e seus descendentes, ao longo do tempo. O argumento é que suas ações coletivas conformam um tipo de feminismo que emerge nos entrelugares das instâncias de poder (público e privado), disputadas entre homens e mulheres brancas. Para tanto, discute-se o tensionamento das políticas de controle na relação corpo-território-linguagem-conhecimento-espiritualidade. É possível constatar as organizações de mulheres cerradinas nas irmandades, nas congadas, nas pastorais, nos quilombos, nos movimentos sociais, na educação escolar, na literatura, na comunicação social, nos conselhos. Essas ações coletivas possibilitaram a elas a restauração e a “manutenção de uma coesão que foi perdida ou desarrumada durante o processo de escravização” e que está perdurando com as colonialidades. O objetivo principal desta proposta é contribuir para visibilizar o protagonismo do povo negro e indígena, sobretudo as mulheres, nas áreas social, econômica e política, pertinente à História do Brasil, em conformidade com as leis 10.639/2003 e 11.645/2008, com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, orientadores da BNCC.
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