Rosto em silício: a alteridade no espelho purista da tecnologia

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DOI:

https://doi.org/10.5902/2448065792931

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Rosto, Filosofia, Ética

Abstract

A contemporaneidade marcada pelo purismo tecnológico, uma estética de objetividade, transparência e eficiência algorítmica, distância da proposta ética filosófica concebida por Levinas (2008), diante disso, observamos que a ética levinasiana é desfigurada pela lógica da redução do outro a dados, imagens e perfis; o rosto, símbolo da interpelação ética, torna-se reflexo plano nas superfícies digitais que espelham, mas não acolhem a infinita responsabilidade pelo outro. Neste texto, partimos da hipótese de que a lógica do purismo tecnológico, análoga ao cubismo na arte, ao buscar formas puras e inteligíveis, promove um tipo de esterilização da alteridade, no qual o outro deixa de ser um apelo ético e passa a ser um objeto de leitura, predição e controle algorítmico. Tal processo inviabiliza a ética do rosto proposta por Levinas (2008) e intensifica a liquidez das relações humanas já diagnosticada por Bauman (2001).  Assim, alinhando três vertentes (i) a alteridade ética radical de Levinas (2008), (ii) o purismo tecnológico como desdobramento de um pensamento estético moderno (via cubismo) e (iii) as inquietações da modernidade líquida baumaniana, a qual apresenta a sociedade em processos constantes de mudanças, ao passo, que se conservam. Deste modo, a discussão proposta neste artigo visa romper com a neutralidade aparente da tecnologia e investigar como ela afeta eticamente, a relação com o outro quando se trata da alteridade. Assim, consideramos que essa proximidade infinita (Levinas, 2008) tem como ponto de partida na construção da filosofia ética.

 

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Biografie autore

Uilson Melo Barbosa Monteiro, Universidade do Estado da Bahia

Mestre em Educação pela Universidade Fernando Pessoa (UFP) - Porto/Portugal. Especialista em Ética e Filosofia Política pela Faculdade Serra Geral (FSR) - Belo Horizonte/MG. Especialista em Políticas Públicas para a Educação pela Faculdade Einstein (FACEI) - Salvador/BA Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas (ICSH) - Goiânia/GO. Bacharel em Teologia pela Faculdade São Bento (FSB) - Salvador/BA. Licenciado em História pela Universidade Cruzeiro do Sul (UCS) - São Paulo/SP. Atualmente, desenvolve trabalhos como Palestrante e Formador na área da Educação e Estudos Filosóficos. Atua como professor Universitário na Universidade do Estado da Bahia (UNEB); Desenvolve trabalhos como Gestor Escolar Municipal - Secretaria Municipal de Educação de Barreiras (SMEB); É Escritor e Pesquisador, desenvolvendo pesquisas sobre estratégias metodológicas para o ensino e discussões filosóficas, tendo em vista a construção do conhecimento. Participa do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Didática das Ciências e Tecnologias NIPEDICMT (UFBA) e do Grupo de Pesquisa Epistemologia dos Saberes GPES (DCH-Campus IX.

Nilvo Luiz Cassol, Universidade do Estado da Bahia

Possui Graduação em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque SC (1991) Especialização em Metodologia de Ensino Superior pela Faculdade de Ciências e Letras Plinio Augusto do Amaral, Amparo SP (1999) Mestrado em Master Of Science Stricto Sensu Em Ciência da Educação pela Universidade Internacional de Lisboa (2005) Diploma Revalidado pela Universidade Federal do Piauí (2007) Doutorado em Difusão do Conhecimento - UFBA (2020). Foi Professor da Faculdade São Francisco de Barreiras - FASB de ( 01/10/2001 a 03/10/2016) Coordenou o Curso Licenciatura em Sociologia CAPES/PARFOR/UNEB (2010 a abril 2015). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Tem experiência na área de Filosofia, Sociologia e Ciência Política com ênfase em Epistemologia, Ciências Sociais e Políticas atuando principalmente nos seguintes temas: Filosofia, Subjetividade, Ciência, Vivência, Cidadania, Complexidade e Multiplicidade

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Pubblicato

2025-12-08

Come citare

Monteiro, U. M. B., & Cassol, N. L. (2025). Rosto em silício: a alteridade no espelho purista da tecnologia. Revista Digital De Ensino De Filosofia - REFilo, 11(1), e13/01–18. https://doi.org/10.5902/2448065792931

Fascicolo

Sezione

Artigos – Demanda contínua