O nome da língua: processos de institucionalização da língua brasileira e memória

Autores

  • Carme Regina Schons Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148511724

Palavras-chave:

Língua, História, Memória discursiva

Resumo

Neste trabalho, elege-se como objetivo refletir sobre os modos deinstitucionalização da língua, durante o Estado Novo, tendo como ponto de chegada anoção de fronteira. Observa-se que nesse período mesclavam-se cultura e política com ointuito de mascarar a realidade de controle político dos sujeitos, sob a égide de valorizaras raízes nacionais e instituir uma cultura puramente brasileira e, assim, garantir aunificação nacional. Este estudo, na perspectiva da Análise de Discurso, trabalha comdocumentos impressos, editados pela imprensa militar, em 1941, versando sobre oMaterialismo Histórico e os perigos do comunismo, inclusive sobre a “língua brasileira”.

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Biografia do Autor

Carme Regina Schons, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS

Possui graduação em Letras pela Universidade de Passo Fundo (1984); especialização em Língua Portuguesa-Redação pela Pontíficia Universidade Católica Belo Horizonte (1987) e especialização em Gerontologia Social pela Universidade de Passo Fundo (1994). Possui Mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2000) e doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006). Atualmente é professora do Mestrado e do Curso de Letras da Universidade de Passo Fundo.

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Publicado

2013-06-23

Como Citar

Schons, C. R. (2013). O nome da língua: processos de institucionalização da língua brasileira e memória. Letras, (46), 23–42. https://doi.org/10.5902/2176148511724