“Em troca de um salário que era pouco mais do que nada”: violência sistêmico-simbólica e precarização do trabalho em “Passageiro do fim do dia”, de Rubens Figueiredo
DOI:
https://doi.org/10.5902/2176148542921Parole chiave:
Literatura brasileira contemporânea, Precarização do trabalho, Violência sistêmica, Slavoj ŽižekAbstract
O artigo propõe uma hipótese de leitura da narrativa Passageiro do Fim do Dia, do escritor Rubens Figueiredo, articulando a taxonomia de manifestações de violência estabelecida pelo filósofo Slavoj Žižek com a compreensão de que o capital financeiro tornou-se fração hegemônica da dinâmica de acumulação capitalista contemporânea, tendo como propósito investigar e explicitar como os procedimentos artísticos da narrativa formalizam esteticamente o processo histórico-social da reestruturação produtiva do capital na dinâmica socioeconômica brasileira contemporânea, no que tange à precarização do trabalho. Desse modo, focaliza-se a personagem Rosane, demonstrando que a violência sistêmico-simbólica presente na narrativa está caracterizada pelas implicações da precarização do trabalho e do fetiche da mercadoria ocasionadas pela atual lógica do capital financeiro.Downloads
Riferimenti bibliografici
ANDRADE, T. F.; ARNT, G. A. G.. Narrativa e trabalho em “Passageiro do fim do dia”, de Rubens Figueiredo. Revista Jangada, Viçosa, n. 8, p. 112-137, jul./dez. 2018.
ALVES, G. Dimensões da reestruturação produtiva: ensaios de sociologia do trabalho. 2. ed. Bauru: Canal 6, 2007.
______. Dimensões da precarização do trabalho: ensaios de sociologia do trabalho. Bauru: Canal 6, 2013.
BALBI, D. C. A violência insuspeita da sociedade de classes no trâmite da enunciação em Passageiro do fim do dia. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 55, p. 177-202, set./dez. 2018.
CANDIDO, A. Literatura de dois gumes. In: ___. A educação pela noite. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006, 199-221.
FIGUEIREDO, R. Passageiro do fim do dia. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
______. Sobre Passageiro do fim do dia: entrevista com Rubens Figueiredo. Terceira Margem, Rio de Janeiro, vol. 15, n. 24, p. 191-207, jan./jul. 2011.
GINZBURG, J. Crítica em Tempos de Violência. São Paulo: EDUSP, 2012.
LUKÁCS, G. Marx e o problema da decadência ideológica. In: ___. Marxismo e teoria da literatura. Traduzido por Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1968, p. 49-111.
MARX, K. O capital: Crítica da economia política. Coleção: Os economistas. Vol. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
PAULANI, L. Investimento e servidão financeira: o Brasil do último quarto de século. In: ____. Brasil Delivery: servidão financeira e estado de emergência econômico. São Paulo: Boitempo, 2008, p.73-104.
PATROCÍNIO, P. R. T. Passageiro do fim do dia, de Rubens Figueiredo: um olhar sobre o naturalismo. In: CHIARELLI, G. D.; VIDAL, P. (Orgs.). O futuro pelo retrovisor: inquietudes da literatura brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2013, p. 261-278.
RABELLO, I. D. Barco a seco, de Rubens Figueiredo: certezas e enganos da imagem identitária. Terceira Margem, Rio de Janeiro, v. 11, n. 16, p. 128-141, jan./jul. 2007.
RESENDE, B. Possibilidades da escrita literária no Brasil. In: FINAZZI-AGRÓ, E.; RESENDE, B. (Orgs.). Possibilidades da nova escrita literária no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2014, p. 9-23.
RODRIGUES-MOURA, E. “Se fingiu de morto, se fez de invisível”: Trabalho e mobilidade social em textos de Rubens Figueiredo. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, Minas Gerais, v. 27, n. 2, p. 77-104, set. 2018.
SAFATLE, V. Fetichismo. Colonizar o Outro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
ŽIŽEK, S. Violência: seis reflexões laterais. Traduzido por Miguel Serras Pereira. São Paulo: Boitempo, 2014.
______. É a ideologia, estúpido. In: __. Primeiro como tragédia, depois como farsa. Traduzido por Maria Beatriz de Medina São Paulo: Boitempo, 2011, p. 21-78.
##submission.downloads##
Pubblicato
Versioni
- 2023-04-28 (5)
- 2022-08-01 (3)
- 2022-07-28 (2)
- 2021-06-15 (1)
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2021 Letras
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Condividi allo stesso modo 4.0 Internazionale.
Ficam concedidos a Letras todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os originais não devem ter sido publicados ou submetidos simultaneamente a outro periódico e não serão devolvidos. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não comerciais.