De onde vem a canção?: uma pergunta que a poesia não cala

Autores

  • Márcia Marques de Morais Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
  • Sílvio Rodrigo de Moura Rocha Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG https://orcid.org/0000-0003-2164-5257

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148523557

Palavras-chave:

Canção, Poesia, Música popular brasileira, Lenine

Resumo

Este trabalho pretende analisar a canção “De onde vem a canção?”, do músico brasileiro Lenine, como um produto cultural e estético que nasce da consonância entre discurso verbal e musical, considerando a letra em sua interface com a melodia e os elementos constitutivos do plano musical da peça. Nesse sentido, defendemos, com Luiz Tatit (1995), que o cancionista é uma espécie de artista/malabarista que equilibra a melodia no texto e o texto na melodia, procurando, em nosso caso, maneiras de responder a uma pergunta fundadora e angustiante, ao modo “quem somos nós?” ou “de onde viemos?”.

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Biografia do Autor

Márcia Marques de Morais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Márcia Marques de Morais possui graduação e especialização em Letras (Português)pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1972 / 1976); mestrado em Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993) e doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (1999). É professora adjunta III da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, atuando na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, com foco nos seguintes temas: Teorias Críticas e Leitura do Texto Literário. É especialista na literatura de Guimarães Rosa, com ênfase em pesquisas sobre o romance " Grande Sertão: Veredas", que constitui o principal objeto de suas publicações. Coordena, atualmente, grupo de pesquisa intitulado "O Fantasma da Obra: a decifração de enigmas na leitura do texto literário", com vistas à formação de leitores, de professores de leitura e de pesquisadores interessados importância do texto literário no processo de leitura, buscando, para isso, o diálogo entre as teorias literárias e linguísticas e entre os processos de produção e recepção de textos, na construção dos conhecimentos, habilidades e atitudes inerentes ao ato de ler. Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, para o triênio 2014-2016, atualmente é também, Coordenadora-adjunta do Mestrado Profissional da CAPES. 

Sílvio Rodrigo de Moura Rocha, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Sílvio Rodrigo de Moura Rocha é doutorando em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É mestre na mesma área e instituição, defendendo o trabalho “De onde vem a canção?: Uma leitura estética da música de Lenine”. Possui graduação em Letras também pela PUC Minas. É professor de Língua Portuguesa do Colégio Marista Dom Silvério e de Literatura e Língua Portuguesa do Sistema Pedagógico Semear. Concentra suas pesquisas em estudos estéticos e semióticos entre o discurso verbal e musical na Música Popular Brasileira (MPB) e em educação estética, buscando a interseção entre a música, a poesia e outros textos literários, com o foco, atualmente, no papel formador da arte em relação ao sujeito. 

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Publicado

2015-12-18

Como Citar

Morais, M. M. de, & Rocha, S. R. de M. (2015). De onde vem a canção?: uma pergunta que a poesia não cala. Letras, (51), p. 239. https://doi.org/10.5902/2176148523557