Iracema: um dizer que produz/faz fronteiras

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DOI :

https://doi.org/10.5902/2176148590556

Mots-clés :

Discurso Romântico, Identidade nacional, Língua nacional, Literatura, Memória colonialista

Résumé

Este texto analisa, sob a perspectiva da Análise de Discurso Materialista, como Iracema de José de Alencar articula literatura e língua (nacional) no Brasil do século XIX. Destaca ainda a (in) distinção entre literatura e ciência no discurso romântico que trabalha essa relação formalmente. A textualidade de Iracema é interpretada como um espaço de constituição de sentidos nacionalistas, onde o encontro entre indígenas e colonizadores é romantizado, atualizando a região da memória colonialista e apagando (deixando suspensa) a historicidade indígena. A análise explicita como este discurso determina o imaginário nacional, tensionando ficção, ciência e memória na produção de sentidos.

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Bibliographies de l'auteur-e

Élcio Aloisio Fragoso, Universidade Federal de Rondônia

Departamento de Línguas Vernáculas/Área de Linguística com ênfase em Análise de Discurso e História das Ideias Linguísticas

Carlos Davis Barroso de Oliveira Júnior, Universidade Federal de Rondônia

Professor do Magistério Superior no curso de Pedagogia do DACED-CGM e é Secretário de Registro e Controle Acadêmico, na Fundação Universidade Federal de Rondônia. Mestre em Letras, pela Fundação Universidade Federal de Rondônia. Graduado em Letras Língua Portuguesa e respectivas Literaturas (2010), Direito (2018) e Pedagogia (2022).

 

Références

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Publié-e

2025-11-28

Comment citer

Fragoso, Élcio A., & Oliveira Júnior, C. D. B. de. (2025). Iracema: um dizer que produz/faz fronteiras. Letras, 70, e90556. https://doi.org/10.5902/2176148590556