Um caso particular: diálogo ou entrevista?

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DOI :

https://doi.org/10.5902/2176148538823

Mots-clés :

Interação, Oralidade, Conversação, Diálogo, Papéis conversacionais

Résumé

No início dos estudos sobre Análise da Conversação, na década de 1980, o diálogo, seguindo as trocas propostas por Sacks, Schegloff e Jefferson (1974), do tipo ababab, é considerado como o modelo prototípico da oralidade. Prosseguindo os trabalhos sobre conversação, foi possível perceber que tal classificação não é tão simples assim. Parece que, quanto mais aumenta o número de participantes, mais complexo se torna a descrição do processo. Este trabalho tem por objetivo estudar o Inquérito 396, do Projeto NURC/SP, rotulado como D2, isto é, diálogo entre dois informantes. Seguindo os modernos estudos sobre interação, foi possível chegar à conclusão que não se trata de um simples diálogo entre dois informantes, mas que as características que envolvem os interactantes derivam para outras características paralelas, não esperadas em uma simples gravação para compor o corpus do Projeto NURC/SP. Fundamentados em Goffman (1981) e Kerbrat-Orecchini (1995), foi possível explicar a complexidade deste particular inquérito.

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Biographie de l'auteur-e

Luiz Antônio da Silva, Universidade de São Paulo - USP

Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Área de Filologia e Língua Portuguesa

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Publié-e

2020-08-04 — Mis(e) à jour 2022-07-28

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Silva, L. A. da. (2022). Um caso particular: diálogo ou entrevista?. Letras, 79–96. https://doi.org/10.5902/2176148538823 (Original work published 4 août 2020)