Iracema: um dizer que produz/faz fronteiras
DOI:
https://doi.org/10.5902/2176148590556Palavras-chave:
Discurso Romântico, Identidade nacional, Língua nacional, Literatura, Memória colonialistaResumo
Este texto analisa, sob a perspectiva da Análise de Discurso Materialista, como Iracema de José de Alencar articula literatura e língua (nacional) no Brasil do século XIX. Destaca ainda a (in) distinção entre literatura e ciência no discurso romântico que trabalha essa relação formalmente. A textualidade de Iracema é interpretada como um espaço de constituição de sentidos nacionalistas, onde o encontro entre indígenas e colonizadores é romantizado, atualizando a região da memória colonialista e apagando (deixando suspensa) a historicidade indígena. A análise explicita como este discurso determina o imaginário nacional, tensionando ficção, ciência e memória na produção de sentidos.
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