Análise das políticas públicas em saúde bilíngue para surdos no município de São Carlos - SP
DOI:
https://doi.org/10.5902/2176148584808Palavras-chave:
Saúde bilíngue, Libras, Surdos, Interpretação comunitáriaResumo
Este artigo compartilha resultados de uma pesquisa qualitativa sobre a atuação do intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) em práticas comunitárias, com base na Filosofia da Diferença, em Michel Foucault, com princípios da perspectiva cartográfica de abordagem deleuze-guattarineana. O estudo problematizou a inclusão bilíngue de surdos no campo da saúde, descrevendo as políticas públicas e as práticas de acessibilidade. Realizamos um levantamento das leis que estabelecem os direitos linguísticos da pessoa surda na área da saúde, observando sua aplicação em uma rede municipal do interior do estado de São Paulo, abordando a atuação e os desafios encontrados pelo intérprete de Libras nesse contexto. Os dados foram produzidos por: dispositivos jurídicos e documentos oficiais; dados coletados em entrevistas semiestruturadas e em diário de campo. As análises se deram pela Filosofia da Diferença, pelos Estudos Surdos e pelos Estudos da Tradução e Interpretação de Libras. Os resultados apontam fragilidades nos serviços de saúde, indicando a composição de um Racismo de Estado, voltado às pessoas surdas; a necessidade de formação de intérpretes e dos profissionais dessa área acerca das especificidades da Interpretação Comunitária (IC); e, por fim, indicamos a necessidade de constituição de polos de saúde bilíngues em Libras para as pessoas surdas.
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