Terá Shakespeare sido um pornógrafo? O caso de Lucrécia

Autores

  • Leonardo Augusto de Freitas Afonso Universidade Estadual de Campinas image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148573538

Palavras-chave:

Shakespeare, A Violação de Lucrécia, Erotismo, Pornografia, Inglaterra protomoderna

Resumo

O poema narrativo A Violação de Lucrécia, de William Shakespeare, representa um estupro e suas consequências. Este artigo se propõe explorar seu teor sexual com o fim de evidenciar seu caráter erótico e possivelmente pornográfico, problematizando os conceitos envolvidos. Busca-se ainda associar o poema ao contexto da escrita erótica da protomodernidade inglesa, e para isso serão apresentadas e comentadas obras de autores como Christopher Marlowe, John Marston, Jonn Donne e Thomas Nashe.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leonardo Augusto de Freitas Afonso, Universidade Estadual de Campinas

Dedica-se aos estudos shakespearianos e à tradução. No mestrado em Linguística Aplicada, abordou o humor sexual nas peças-problema de Shakespeare, apresentando a dissertação If bawdy talk offend you - O discurso do humor sexual nas peças problema de Shakespeare (UFRJ, 2016, Profa. Marlene Soares dos Santos). No doutorado em Linguística Aplicada, abordou prática e teoria tradutória, bem como crítica literária, com a tese A Violação de Lucrécia, de William Shakespeare, uma tradução comentada (Unicamp, 2023, Prof. John Milton). Publicou A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca.

Referências

AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus. Tradução de J. Dias Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1996.

BARBER, Dules. Pornography and Society. Tywyn: Karl Eynon, 1972.

BATAILLE, Georges. O Erotismo. Tradução de Antonio Carlos Viana. Porto Alegre: L&PM, 1987.

BRULOTTE, Gaëtan.; PHILLIPS, John. Encyclopedia of Erotic Literature. Londres: Routledge, 2006.

BURNS, Victoria. "What did he note but strongly he desir'd?": Reading Shakespeare's The Rape of Lucrece as a Pornographic Possession. Iowa Journal of Cultural Studies, 19, 2019. 78-87.

CARVER, Gordon. The Elizabethan Erotic Narrative: Sex(y) Reading. Explorations in Renaissance culture, v. 31, n. 1, p. 107-134, 2005.

DONNE, John. The Complete English Poems. Londres: Penguin, 1996.

DONNE, John. Elegias Amorosas. Tradução de Helena Barbas. Lisboa: Assírio & Alvim, 1997.

EL-GABALAWY, Saad. The Ethical Question of Lucrece: A Case of Rape. Mosaic: An Interdisciplinary Critical Journal, v. 12, n. 4, p. 75-86, 1979.

GUTEMBERG, Project. Project Gutemberg. The Choise of Valentines, 2006. Disponivel em: <https://www.gutenberg.org/files/17779/17779-h/17779-h.htm>. Acesso em: 11 nov. 2022.

KAHN, Coppélia. Roman Shakespeare: warriors, wounds and women. Londres: Routledge, 1997.

KOKETSO, Daniel. Battering Ram, Ivory Wall - Phallic Symbols in Shakespeare's The Rape of Lucrece. Marang: Journal of Language and Literature, v. 26, 2015.

MAINGUENEAU, Dominique. O Discurso Pornográfico. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2010.

MARLOWE, Christopher. Hero e Leandro. In: PIMENTEL, M. C. Hero e Leandro: Leituras de um mito. Tradução de Rui Carvalho Homem. Lisboa: Cotovia, 2012. p. 87-114.

MARLOWE, Christopher. Hero and Leander. Coppel: CreateSpace, 2016.

MICHAELIS. Dicionário Michaelis. Dicionário Michaelis, 2022. Disponivel em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/>. Acesso em: 09 jan. 2022.

MOULTON, Ian. F. Before Pornography: Erotic Writing in Early Modern England. Oxford: Oxford University Press, 2000.

MULVEY, Laura. Prazer Visual e Cinema Narrativo. In: XAVIER, I. A Experiência do Cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1983. Cap. 3.4.1, p. 437 - 453.

O IMPÉRIO DOS SENTIDO. Direção: Narija Ôshima. Produção: Anatole Dauman. Intérpretes: Eiko Matsuda e Tatsuo Fuji. [S.l.]: [s.n.]. 1976.

PARNERSHIP, Online. T. C. Online Text Creation Parnership. Pymalion's Image, 2011. Disponivel em: <https://quod.lib.umich.edu/cgi/t/text/text-idx?c=eebo;idno=A07075.0001.001>. Acesso em: 09 nov. 2022.

ROBERTS, Sasha. Reading Shakespeare's Poems in Early Modern England. Londres: Palgrave Macmillan, 2002.

ROBERTSON, Elizabeth. Can a Woman Rape a Man? Rape and the Erotic in Shakespeare's 'The Rape of Lucrece' and 'Venus and Adonis'. In: MUDGE, B. K. The Cambridge Companion to Erotic Literature. Cambridge: Cambridge University Press, 2017. p. 47 - 63.

SHAKESPEARE, William. The Oxford Shakespeare: The Complete Works. Oxford: Oxford University Press, 2005.

SHAKESPEARE, William. Vênus e Adônis. Tradução de Alípio Correia de Franca Neto. São Paulo: Texto, 2013.

SHAKESPEARE, William. Teatro Completo. Tradução de Bárbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, v. 1, 2016.

SMITH, Peter. J. Exonerating Rape: Pornography as Exculation in Shakespeare's The Rape of Lucrece. Shakespeare, 2009. 407-422.

VICKERS, Nancy. "The blazon of sweet beauty's best": Shakespeare's Lucrece. In: GEOFFREY HARTMAN, P. P. Shakespeare and the question of theory. Milton Park: Routledge, 1988. p. 95-115.

WIKIPEDIA. Wikipedia. Betteridge's law of headlines, 2022. Disponivel em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Betteridge%27s_law_of_headlines>. Acesso em: 26 set. 2022.

WILLIAMS, Gordon. Shakespeare, Sex and the Print Revolution. Londres: Continuum, 1996.

WILLIAMS, Gordon. Shakespeare's Sexual Language - a glossary. Londres: Continuum, 1997.

Downloads

Publicado

2024-03-22

Como Citar

Afonso, L. A. de F. (2024). Terá Shakespeare sido um pornógrafo? O caso de Lucrécia. Letras, (67), 100–115. https://doi.org/10.5902/2176148573538