“A Visão Imaginária de Minha Alma”: a poética renascentista e a noção de imaginação

Autores

  • Lavinia Silvares Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, SP

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148538048

Palavras-chave:

Imaginação, Poética renascentista, Phantasia

Resumo

Nos séculos XVI e XVII, o significado conceitual de “imaginação” atrelava-se sobretudo à teoria aristotélica da phantasia, traduzida como imaginatio, em latim, e amplamente discutida em tratados sobre poesia e retórica. Neste artigo, propõe-se explorar brevemente algumas ideias relativas à especificidade histórica da noção de “imaginação” na poética renascentista, com vistas a evitar as abordagens transistóricas da poesia e de sua interpretação. Para tanto, serão comentados trechos específicos dos tratados The Defense of Poetry (1595), de Philip Sidney, Advancement of Learning (1605), de Francis Bacon, bem como algumas passagens das obras de William Shakespeare.

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Biografia do Autor

Lavinia Silvares, Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, SP

Doutora pela área de Estudos Linguísticos e Literários em Inglês - Departamento de Letras Modernas, USP -, com etapas de pesquisa na Universidade de Michigan, Folger Shakespeare Library e Universidade de Cambridge. Autora do livro Nenhum homem é uma ilha: John Donne e a poética da agudeza (2015). Tem pesquisas sobre poesia metafísica inglesa, teatro elisabetano, Shakespeare, e a categoria histórica do wit, entre outras. Desde 2009, é Professora de Literaturas de Língua Inglesa no Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É membro da International Society for the History of Rhetoric (ISHR), da Renaissance Society of America (RSA), da Sociedade Brasileira de Retórica (SBR) e do Centro de Estudos Shakespearianos (CESh).

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Publicado

2019-08-07

Como Citar

Silvares, L. (2019). “A Visão Imaginária de Minha Alma”: a poética renascentista e a noção de imaginação. Letras, 33–48. https://doi.org/10.5902/2176148538048