A filantropia das patronesses na assistência social de uma escola especializada na cidade de Pelotas, RS (1950-1969)
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984686X87276Palavras-chave:
História da Educação, Educação de surdos, Mito fundadorResumo
Considerando que na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, a preocupação com a educação especializada para deficientes encontrou suas raízes nas práticas assistenciais da filantropia desenvolvidas por patronesses, apresentamos uma análise das participações e contribuições no auxílio social prestado a Escola Professor Alfredo Dub no período entre 1950 e 1969. A partir de uma abordagem histórica e cultural, possibilitada pela análise de notícias divulgadas nos impressos locais à época, concluímos se tratar da existência de uma rede de sociabilidade que, com a ajuda de patrocínios, publicidades e eventos de caridade, sustentava o trabalho especializado realizado pela fundadora da instituição, Maria de Lourdes Magalhães, com a contribuição da benemerente Carmen Gastal Osório. Por conseguinte, consideramos nas categorias filantropia e mito fundador elementos-chave para a leitura e interpretação histórica das instituições especializadas, uma vez que a noção de mito fundador confere uma narrativa que ajuda a estabelecer uma ligação emocional entre a comunidade surda e a instituição, criando um senso de pertencimento e união.
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