Estabelecimento e multiplicação <i>in vitro</i> de <i>Luehea divaricata</i> Mart. & Zucc.

Autores

  • Andressa Vasconcelos Flôres UFSM
  • Lia Rejane Silveira Reiniger
  • Aline Ritter Curti
  • Ana Catarina M. Carvalho Mori da Cunha
  • Diego Pascoal Golle
  • Josiana Scherer Bassan

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050982760

Palavras-chave:

açoita-cavalo, cultura de tecidos, meios de cultivo, regulador de crescimento

Resumo

O açoita-cavalo, Luehea divaricata Mart. & Zucc., pertencente à família Malvaceae, é uma espécie florestal que sofreu grande ação antrópica nas últimas décadas. Esse fato contribuiu muito para a redução das populações naturais e, consequentemente, de sua variabilidade genética, o que justifica a realização de estudos relacionados à propagação da espécie. Como forma de propagação vegetativa, a micropropagação torna-se uma opção para a regeneração de plantas que apresentam dificuldade de reprodução natural, além de ser uma estratégia para a conservação das espécies. O trabalho teve como objetivos determinar o tipo de explante e o meio de cultivo mais eficientes para o estabelecimento in vitro, além de verificar a influência de diferentes concentrações da citocinina BAP na multiplicação de segmentos nodais de açoita-cavalo. As sementes utilizadas foram coletadas e armazenadas pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO-Florestas em Santa Maria, RS e as plântulas obtidas in vitro foram utilizadas como fonte de explantes. Na seleção de explantes e meio de cultivo, foram testados segmentos apicais caulinares e segmentos nodais cultivados nos meios nutritivos MS e WPM. Diferentes concentrações de BAP (0, 5, 10 e 15 mg L-1) foram avaliadas na multiplicação in vitro de açoita-cavalo. No estabelecimento in vitro de açoita-cavalo podem-se empregar tanto segmentos apicais caulinares como segmentos nodais e ambos os meios de cultivo. Visando a maximizar o cultivo de açoita-cavalo, deve-se utilizar o meio de cultivo WPM, pelo custo reduzido. Na multiplicação in vitro de açoita-cavalo não deve ser adicionada a citocinina BAP, pois na ausência desse regulador se observa melhor resposta dos explantes para a maioria das características avaliadas, além de reduzir os custos no cultivo in vitro da espécie.

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Publicado

30-03-2011

Como Citar

Flôres, A. V., Reiniger, L. R. S., Curti, A. R., Cunha, A. C. M. C. M. da, Golle, D. P., & Bassan, J. S. (2011). Estabelecimento e multiplicação <i>in vitro</i> de <i>Luehea divaricata</i> Mart. & Zucc. Ciência Florestal, 21(1), 175–182. https://doi.org/10.5902/198050982760

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