Oxidação fenólica, tipo de explante e meios de cultura no estabelecimento <i>in vitro</i> de canafístula (<i>Peltophorum dubium</i> (Spreng.) Taub.).

Autores

  • Josiana Scherer Bassan UFSM
  • Lia Rejane Silveira Reiniger
  • Beatriz Helena Gomes Rocha
  • Cássia Rejane Peiche Severo
  • Andressa Vasconcelos Flores

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050981919

Palavras-chave:

meio MS, meio WPM, ápice caulinar, segmento nodal

Resumo

A canafístula, Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. é uma espécie florestal nativa e com ampla dispersão geográfica, desempenhando um papel pioneiro nas áreas abertas, em capoeiras e matas degradadas. Apresenta um rápido crescimento e se adapta facilmente, sendo muito recomendada para reflorestamento homogêneo. A madeira é utilizada em construções civis, indústria de móveis, construção naval e militar. A micropropagação é uma técnica utilizada com bastante sucesso, apresentando, entre outras vantagens, um rápido aumento no número de plantas geneticamente idênticas partindo de plantas selecionadas. Os objetivos do trabalho são avaliar a influência da luz no controle da oxidação fenólica dos explantes de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.), determinar o meio nutritivo e o tipo de explante mais adequado para o estabelecimento in vitro de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.). Foram realizados dois experimentos. No primeiro, ápices caulinares foram cultivados em meio base MS a 25 ± 3°C, por 7 dias no escuro e, posteriormente, sob fotoperíodo de 16 horas de luz e intensidade luminosa de 20 μmol.m2.s-1, fornecida por lâmpada fluorescente branca durante 21 dias ou permaneceram na câmara de crescimento com exposição à luz durante todo o experimento. Foi empregado o delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições contendo quatro unidades experimentais (UE). A oxidação fenólica foi observada após 21 dias de cultivo. Não ocorreu oxidação fenólica em nenhum dos tratamentos analisados. No segundo experimento, ápices caulinares e segmentos nodais foram cultivados em meio base MS e meio WPM. Os explantes foram mantidos em sala de crescimento com fotoperíodo de 16 horas de luz e intensidade luminosa de 20 μmol.m2.s-1, fornecidas por lâmpada fluorescente branca fria e temperatura de 25 ± 3°C. A UE foi composta por um frasco de vidro de 150 mL contendo 30 mL de meio nutritivo e um explante. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 2 (meio nutritivo e tipo de explante) com cinco repetições por tratamento, cada repetição consistindo de quatro UE. Aos 49 dias de cultivo avaliaram-se as seguintes variáveis: sobrevivência, estabelecimento, presença de raiz, presença de calos, número de nós, número de folhas e altura da parte aérea (mm). Os dados de presença de raiz, presença de calo, sobrevivência e estabelecimento foram analisados pelo teste qui-quadrado. As demais variáveis foram submetidas à análise de variância. Neste experimento, o meio base MS é mais eficiente que o WPM no estabelecimento in vitro de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.). Não existem diferenças entre a utilização dos explantes ápice caulinar e segmento nodal.

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Publicado

30-12-2006

Como Citar

Bassan, J. S., Reiniger, L. R. S., Rocha, B. H. G., Severo, C. R. P., & Flores, A. V. (2006). Oxidação fenólica, tipo de explante e meios de cultura no estabelecimento <i>in vitro</i> de canafístula (<i>Peltophorum dubium</i> (Spreng.) Taub.). Ciência Florestal, 16(4), 381–390. https://doi.org/10.5902/198050981919

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