Classificação de fragmentos florestais urbanos com base em métricas da paisagem
DOI :
https://doi.org/10.5902/1980509830201Mots-clés :
Urbanização, Fragmentação florestal, Qualidade ambientalRésumé
A urbanização no município de Campinas-SP e região ocorreu de forma rápida e intensa, provocando acentuadas alterações na paisagem e resultando em uma expressiva degradação das áreas florestais e da cobertura vegetal natural. Este fenômeno deu origem a um processo de fragmentação florestal bastante intenso. Neste contexto, mapear estes fragmentos e avaliá-los segundo indicadores ambientais é de suma importância, pois permite avaliar a condição destes nas bacias hidrográficas, bem como identificar áreas prioritárias para ações de recuperação e manejo a serem implantadas. Assim, o presente estudo traz uma classificação dos fragmentos florestais identificados na Bacia do Ribeirão Anhumas, Campinas-SP, utilizando como indicadores as seguintes métricas de paisagem: tamanho, área nuclear e índice de circularidade. Para tanto, foi realizada uma Análise de Agrupamento com uso do software estatístico XSTAT, como forma de identificar as semelhanças entre os fragmentos, considerando os indicadores supracitados, e agrupá-los em classes. Uma correlação entre eles também foi desenvolvida a fim de identificar possíveis relações de interdependência. Constatou-se que a bacia estudada é altamente urbanizada, sobretudo na região do alto curso, local onde existem menos fragmentos, com tamanhos menores e em situação majoritária de isolamento. Embora, de forma geral, os fragmentos apresentem tamanho bom, há um considerável agravante: o índice de área nuclear é bastante baixo, cerca de 25%, o que implica que grande parte da área de cobertura ocupada pelos fragmentos encontra-se sujeita aos efeitos de borda. Além disso, pela análise de agrupamento, os fragmentos puderam ser agrupados em três classes, sendo o fator tamanho um dos mais determinantes. Identificou-se ainda a sub-bacia do baixo curso como a região menos urbanizada e com maiores fragmentos e maior potencial para a implantação de ações de manejo e recuperação dos fragmentos florestais como, por exemplo, corredores ecológicos.
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