Análise multitemporal da cobertura vegetal no plano diretor urbano de Palmas, Tocantins
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509843524Palavras-chave:
Vegetação, Espécies arbóreas, Urbanização, Meio ambienteResumo
A análise e caracterização da cobertura e uso da terra em áreas urbanas e suas mudanças ao longo do tempo são de grande relevância para o planejamento e gestão ambiental urbana. A partir de 1970, o processo de urbanização se intensificou no centro do país, havendo intensas mudanças sociais e ambientais devido à rápida e desordenada expansão urbana, promovendo intensas transformações do uso do solo no Cerrado Brasileiro. Desde então, o Cerrado tem se tornado um dos domínios mais ameaçados do mundo em função da expansão da agropecuária e da urbanização. A construção de Palmas, capital do Tocantins, ocorreu a partir de 1989 e apesar de ter sido planejada dentro de uma perspectiva socioambiental, as transformações foram intensas com retirada da cobertura vegetal nativa e acelerada implantação de infraestrutura urbana. Visando avaliar a dimensão dessas mudanças na composição e configuração do uso e cobertura da terra no Plano Diretor de Palmas, realizou-se uma análise multitemporal da paisagem urbana desde o início de sua construção até os dias atuais, mapeando e quantificando as alterações na cobertura vegetal e áreas urbanizadas, de maneira a compreender a relação entre a perda de cobertura vegetal e suas potenciais consequências para a conservação da biodiversidade local e o conforto térmico no meio urbano. Foram obtidos sete mapas temáticos mostrando que nos últimos 30 anos mais de 60% da área do Plano Diretor de Palmas já foi modificada pela ação humana. Atualmente, restam pouco mais de 37% de cobertura vegetal original, sendo 6% correspondente ao Cerrado Florestal e 31,7% ao Cerrado Típico, acarretando uma série de problemas socioambientais para a cidade, como perda de biodiversidade e formação de ilhas de calor.
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