Densidade arbórea e sombreamento nas áreas verdes das quadras residenciais de Palmas, Tocantins
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509871225Palavras-chave:
Arborização, Índices espaciais, Área urbana, CerradoResumo
Os espaços verdes urbanos estão entre as alternativas mais eficientes para mitigar os efeitos da poluição e das ilhas de calor presentes no meio urbano. Quanto mais densamente arborizados, mais efetivos na redução da temperatura, incremento da umidade e remoção de poluentes. Palmas, capital do estado do Tocantins, foi criada em 1989 e planejada com soluções diferenciadas onde cada quadra residencial teria um percentual de área verde não edificante e de esporte e lazer com o intuito de promover o conforto térmico e o convívio social. No entanto, os primeiros estágios da construção da cidade foram marcados por um amplo processo de desmatamento e mudança de funcionalidade desses espaços verdes. No presente estudo utilizamos índices espaciais para avaliar a cobertura arbórea das áreas verdes das quadras residenciais e se esta seria suficiente para influenciar no conforto térmico local. Foram obtidas informações sobre o tamanho das áreas verdes, composição e frequência das espécies e diâmetro de copa para calcular os índices de densidade arbórea - IDA e sombreamento - ISA. A reduzida dominância encontrada reflete uma elevada diversidade de espécies características de ambientes naturais, e os baixos valores dos índices espaciais indicam insuficiência arbórea na maioria das áreas verdes, corroborando nossa hipótese de que a promoção do conforto térmico local não estaria sendo alcançada em todas as quadras residenciais.
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