Densidade arbórea e sombreamento nas áreas verdes das quadras residenciais de Palmas, Tocantins

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509871225

Palavras-chave:

Arborização, Índices espaciais, Área urbana, Cerrado

Resumo

Os espaços verdes urbanos estão entre as alternativas mais eficientes para mitigar os efeitos da poluição e das ilhas de calor presentes no meio urbano. Quanto mais densamente arborizados, mais efetivos na redução da temperatura, incremento da umidade e remoção de poluentes. Palmas, capital do estado do Tocantins, foi criada em 1989 e planejada com soluções diferenciadas onde cada quadra residencial teria um percentual de área verde não edificante e de esporte e lazer com o intuito de promover o conforto térmico e o convívio social. No entanto, os primeiros estágios da construção da cidade foram marcados por um amplo processo de desmatamento e mudança de funcionalidade desses espaços verdes. No presente estudo utilizamos índices espaciais para avaliar a cobertura arbórea das áreas verdes das quadras residenciais e se esta seria suficiente para influenciar no conforto térmico local. Foram obtidas informações sobre o tamanho das áreas verdes, composição e frequência das espécies e diâmetro de copa para calcular os índices de densidade arbórea - IDA e sombreamento - ISA. A reduzida dominância encontrada reflete uma elevada diversidade de espécies características de ambientes naturais, e os baixos valores dos índices espaciais indicam insuficiência arbórea na maioria das áreas verdes, corroborando nossa hipótese de que a promoção do conforto térmico local não estaria sendo alcançada em todas as quadras residenciais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renato Torres Pinheiro, Federal University of Tocantins

Possui graduação em Biologia pela Universidade Federal de Viçosa (1992), doutorado na Universidade de Alicante, Espanha (1999) e pós-doutorado no Instituto Cavanilles de Biodiversidade e Biologia Evolutiva, Universidade de Valencia, Espanha (2012). Atualmente é professor adjunto da Fundação Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ornitologia, atuando principalmente nos seguintes temas: conservaçao de aves, ecologia de aves, conservaçao e manejo de vida silvestre e Ecologia Urbana, estudando os efeitos do crescimento urbano sobre a biodiversidade e a arborização urbana.

Dieyson Rodrigues de Moura, Ecótono Engenharia

Graduado em Engenharia Ambiental pela Fundação Universidade Federal do Tocantins, Mestre em Ecologia de Ecótono pela Fundação Universidade Federal do Tocantins, membro do Grupo de Pesquisa em Ecologia e Conservação de Aves Silvestres - ECOAVES/UFT, atuando nas áreas distribuição e monitoramento de aves silvestres, avaliação de impactos ambientais, SIG e educação ambiental.

Dianes Gomes Marcelino, Federal Institute of Pará

Engenheiro Ambiental e Mestre em Ecologia de Ecótonos pela Universidade Federal do Tocantins. Atualmente é professor EBTT e Coordenador de Extensão no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) Campus Óbidos. Ministra as disciplinas de educação ambiental, poluição e controle da qualidade do ar, gestão ambiental e fundamentos em ecologia para turmas dos cursos técnicos em meio ambiente e agroecologia. É coordenador do projeto de pesquisa intitulado "Monitoramento da fauna atropelada em um trecho urbano do PA-437 no município de Óbidos

Referências

ADORNO, L. F. M.; FIGHERA, D. R. A Trajetória da Política Ambiental de Palmas Enquanto Capital Ecológica. In: Almeida, M. G. de (org.). Tantos Cerrados, Goiânia: Vieira, 2005. p. 205-223.

BAZZOLI, J. A. Palmas em foco: contradições de uma cidade planejada. Palmas: EDUFT, 2019. p. 120.

BIONDI, D.; PEDROSA-MACEDO, J. H. Plantas invasoras encontradas na área urbana de Curitiba (PR). Floresta, Curitiba, PR, v. 38, n. 1, p. 128-143, 2008.

BRASIL. Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2012.

DIAS, J.; DA FONTE, M. A.; BAPTISTA, R.; MANTOANI, M. C; HOLDEFER, D. R.; TOREZAN, J. M. D. Invasive alien plants in Brazil: a nonrestrictive revision of academic works. Natureza e Conservação, v. 11, n. 1, p. 31-35, 2013.

FEYISA, G. L.; DONS, K.; MEILBY, H. Efficiency of parks in mitigating urban heat island effect: An example from Addis Ababa. Landscape and Urban Planning, v. 123, p. 87-95, 2014.

FERNÁNDEZ, F. J.; ALVAREZ-VÁZQUEZ, L.J.; GARCÍA-CHAN, N.; MARTÍNEZ, A.; VÁZQUEZ-MÉNDEZ, M.E. Optimal location of green zones in metropolitan areas to control the urban heat island. Journal of Computational and Applied Mathematics, v. 289, p. 412–425, 2015.

GIRIDHARAN, R.; LAU, S.S.Y.; GANESAN, S.; GIVONI, B. Lowering the outdoor temperature in high-rise high-density residential developments of coastal Hong Kong: the vegetation influence. Building and Environment, v. 43, n. 10, p. 1583–1595, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2007.10.003. Acesso em 12 mar. 2022.

GOMES, F. D. G.; FUZETO, I. M. R.; PRATES, R. P. Análise multitemporal do clima urbano em Palmas, Estado do Tocantins - Brasil. Colloquium Exactarum, v. 12, n. 2, p. 1-14, 2020.

GRILO, F.; PINHO, P.; ALEIXO, C.; CATITA, C.; SILVA, P.; LOPES, N.; FREITAS, C.; SANTOS-REIS, M.; MCPHEARSON, T.; BRANQUINHO, C. Using green to Cool grey: modelling the cooling effect of green spaces with a high spatial solution. Science of the Total Environment, v. 724, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2020.138182. Acesso em 22 fev. 2022.

IBIAPINO, T. R.; NÄÄS, I. A. O efeito de resfriamento causado pela arborização como uma solução para o aquecimento urbano: um estudo de caso em Teresina, estado do Piauí, Brasil. Research, Society and Development, v. 9, n. 11, 2020.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Palmas/TO: panorama. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/palmas/panorama. Acesso em: 13 fev. 2022.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico da vegetação brasileira. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro. 272p.

IUCN – International Union for Conservation of Nature. IUCN guidelines for the preservation of biodiversity loss caused by allien invasive species. Fifth Meeting of the Conference of the Parties to the Convention of Biological Diversity. Nairobi, Kenia, 2000.

LAFORTEZZA, R.; CARRUS, G.; SANESI, G.; DAVIES, C. Benefits and well-being perceived by people visiting green spaces in periods of heat stress. Urban Forestry & Urban Greening, v. 8, n. 2, p. 97-108, 2009.

LIMA NETO, E. M.; MELO E SOUZA, R. Índices de densidade e sombreamento arbóreo em áreas verdes públicas de Aracajú, Sergipe. REVSBAU, Piracicaba-SP, v. 4, n. 4, p.47-62, 2009.

MMA - Ministério do Meio Ambiente. Portaria MMA No. 561, de 15 de dezembro de 2021 institui a lista de espécies nativas ameaçadas de extinção.

NERO, B. F.; CALLO-CONCHA, D.; ANNING, A.; DENICH, M. Urban green spaces enhance climate change mitigation in cities of the global south: the case of Kumasi, Ghana. Procedia Engineering, v. 198, p. 69-83, 2017.

OLIVEIRA, L. M. de; SILVA, A. D. P. da; FERNANDES, J. R.; SANTOS, A. F. dos; GIONGO, M. Índices espaciais indicam carência arbórea na arborização da porção central de Gurupi, TO. Bol. Obs. Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, Campos dos Goytacazes/RJ, v. 12, n. 1, p. 174-190, 2018.

PALMAS (TO). Lei Complementar Nº 321 de 13 de agosto de 2015. Dispõe sobre a divisão da Área Urbana da Sede do Município de Palmas. Palmas: Câmara Municipal de Palmas, 2015a.

PALMAS (TO). Prefeitura. Diagnóstico da arborização urbana de Palmas. Palmas, 2015b. p. 372.

PALMAS (TO). Prefeitura. Plano de arborização urbana de Palmas. Palmas, 2016. p. 112.

PASA, M. C.; LENCI, L. H. V.; PEREIRA, N. da V.; MIRANDA, R. A. de O. Vegetação e microclima em área urbana. Cuiabá, Mato Grosso - Brasil. Advances in Forestry Science, Cuiabá, v. 7, n. 3, p. 1089-1099, 2020.

PAZ, L. H. F. A influência da vegetação sobre o clima urbano de Palmas-TO. 2010. 196 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

PINHEIRO, R. T.; MARCELINO, D. G.; MOURA, D. R. Espécies arbóreas de uso múltiplo e sua importância na conservação da biodiversidade nas áreas verdes urbanas de Palmas, Tocantins. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, v. 49, p. 1-22, 2018.

PINHEIRO, R. T.; MARCELINO, D. G.; MOURA, D. R. Composição e diversidade arbórea nas quadras urbanizadas de Palmas, Tocantins. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 30, n. 2, p. 565-582, 2020.

REIS, C.; LOPES, A. Evaluating the cooling potential of urban green spaces to tackle urban climate change in Lisbon. Sustainability, v. 11, n. 9, p. 2480, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.3390/ su11092480. Acesso em 17 jan. 2022.

ROMERO, C. W. Da S.; SILVA, H. R.; MARQUES, A. P.; MACEDO, F. L de; FARIA, G. A.; ALVES, M. C. Relação entre as ilhas de calor e uso e ocupação do solo em centros urbanos de pequeno porte utilizando o sensoriamento remoto. Geociências, UNESP, v. 39, n. 1, p. 253-268, 2020.

ROY, S.; BYRNE, J.; PICKERING, C. A systematic quantitative review of urban tree benefits, costs, and assessment methods across cities in different climatic zones. Urban Forestry & Urban Greening, v. 11, n. 4, p. 351-363, 2012.

SAMPAIO, A. C. F.; ANGELIS, B. L. D. Inventário e análise da arborização de vias públicas de Maringá - PR. REVSBAU, Piracicaba, SP, v. 3, n. 1, p. 37-57, 2008.

SILVA, A. G.; PAIVA, H. N.; GONÇALVES, W. Avaliando a arborização urbana. 1. ed. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2007. p. 346.

SILVA, L. F. G.; SOUZA, L. B. Ritmo climático e conforto térmico na cidade de Palmas (TO) em anos-padrão selecionados. Geo UERJ, Rio de Janeiro, n. 34, 2019.

SIQUEIRA-GAY, J.; DIBO, A. P. A.; GIANNOTI, M. A. Vulnerabilidade às ilhas de calor no município de São Paulo: uma abordagem para implantação de medidas mitigadoras na gestão urbana. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 6, n. 2, p. 105-123, 2017.

SIMÕES, L.O. de C.; MAROTTA, H.; PIRES, B.B.M.; UMBELINO, L. F.; COSTA, A.J.S.T. Índices de Arborização em espaço urbano: um estudo de caso no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ. Anais do IX ENAU. CD-Room. Brasília, 2001.

TEIXEIRA, L. F. C. A formação de Palmas. Revista UFG, v. 9, n. 6, p. 91-99, 2009.

TOCANTINS. Decreto No. 838 de 13 de outubro de 1999. Regulamenta a Lei 771 de 7 de julho de 1995, que dispõe sobre a Política Florestal do Estado do Tocantins. Publicado no Diário Oficial no 449. Palmas, 1999.

Downloads

Publicado

21-06-2023

Como Citar

Pinheiro, R. T., Moura, D. R. de, & Marcelino, D. G. (2023). Densidade arbórea e sombreamento nas áreas verdes das quadras residenciais de Palmas, Tocantins. Ciência Florestal, 33(2), e71225. https://doi.org/10.5902/1980509871225

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)