Eficiência de um resíduo de origem petrolífera sobre a estabilidade dimensional da madeira de <i>Pinus</i> sp. (pinus) e <i>Mimosa scabrella</i> Bentham (bracatinga).

Autores

  • Alexandre Florian da Costa UFSM
  • Ailton Teixeira do Vale
  • Joaquim Carlos Gonçalez

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050981654

Palavras-chave:

Estabilidade dimensional, LCO, <i>Mimosa scabrella</i>, <i>Pinus sp</i>

Resumo

Na busca de alternativas de uso para um resíduo de origem petrolífera conhecido como "LCO" (Liquid Cycle Oil), avaliou-se a sua capacidade de aumentar a estabilidade dimensional das madeiras de Pinus sp.(pinus) e Mimosa scabrella Bentham (bracatinga). Esse resíduo foi testado na sua composição original e diluído em querosene comercial, em diferentes proporções. Foram avaliados a variação dimensional nos 3 eixos anatômicos, a variação volumétrica, o coeficiente de retratibilidade, anisotropia, e a variação da massa específica básica e a 12% de umidade, em diferentes etapas do estudo. Os resultados mostraram que não houve variação significativa da contração e inchamento máximos entre as amostras tratadas e as amostras não-tratadas (testemunhas), para ambas as espécies, ao nível de 5% de probabilidade. No entanto, observou-se uma redução no coeficiente de retratibilidade, com o aumento da concentração de LCO, para ambas espécies. De um modo geral, dentre as duas espécies estudadas, o pinus foi a que apresentou os menores valores dos índices avaliados. Os coeficientes de retratibilidade e anisotropia da bracatinga foram superiores aos do pinus, apesar da diferença não significativa entre as amostras tratadas e as testemunhas. Esses resultados indicam ter havido uma variação mínima entre as faces tangencial e radial, possivelmente por meioi de uma pobre penetração do LCO na parede celular. Como conseqüência, esse resultado pode estar relacionado ao fraco desempenho do produto químico testado, não conseguindo promover uma boa estabilidade dimensional da madeira de ambas as espécies. O aumento da concentração de LCO possibilitou um aumento na massa específica a 12% de umidade para ambas espécies. Esse resultado pode estar associado à presença de parte do produto remanescente nas paredes do lúmen celular e canais resiníferos. A aparência externa da madeira tratada foi outro fator restritivo ao uso do LCO.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. MB-26: ensaios físicos e mecânicos de madeiras. Rio de Janeiro, 1997.

CHEN, Y.; CHOONG, E.T.; BARNES, H.M. Effect of selected water - soluble bulking chemicals on moisture diffusion and dimensional stability of wood. Forest Products Journal, v.45, n.5, p.84-90, 1995.

CHOONG, E.T. ; BARNES, H.M. Effect of several wood factors on dimensional stabilization of southern pines. Forest Products Journal, v.19, n.6, p.55-60, 1969.

ESPENAS, L.D. Shrinkage of douglas-fir, western hemlock, and red alder as affected by drying conditions. Forest Products Journal, v.21, n.6, p. 44-46, 1971.

GALVÃO, A.P.M.; JANKOWSKY, I.P. Secagem racional da madeira. São Paulo: Nobel, 1985. 111p.

HASHIM, R.; MURPHY, R.J.; DICKINSON, D.J. et al. The physical properties of boards treated with vapor boron. Forest Products Journal, v.47, n.1, p.61-66, 1997.

KENAGA, D.L. Effect of treating conditions on dimensional behavior of wood during polyethylene glycol soak treatments. Forest Prod. Journal, v.13, n.8, p.345-349, 1963.

KOLLMANN, F.F.P.; CÔTÉ Jr., W.A. Principles of wood science and technology. New York: Springer-Verlag, Berlin Huldberg, 1968. 592p.

MORESCHI, J.C. Relação água madeira e sua secagem. Curitiba: UFPR, Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Setor de Ciências Agrárias, 1975. 91p.

MORESCHI, J.C. Apostila de tecnologia da madeira. Curitiba: UFPR, Departamento de Engenharia e Tecnologia Rurais Setor de Ciências Agrárias, 1997. 85p.

NOACK, D. Evaluation of properties of tropical timber. Hamburgo: IUFRO, 1970.

ROWELL, R.M.; YOUNGS, R.L. Dimensional stabilization of wood in use. Madison: U. S. For. Serv., 1981. (For. Prod. Lab. Rep. Nº 0243).

SCHNEIDER, M.H.; BREBNER, K.I.; HARTLEY, I.D. Swelling of a cell lumen filled and a cell-wall bulked wood polymer composite in water. Wood and Fiber Science, v.23, n.2, p.165-172, 1991.

SHUPE, T. F.; CHOW, P. Sorption, shrinkage, and fiber saturation point of Kempas (Koompassia malaccensis). Forest Products Journal, v.46, n.10, p.94-96, 1996.

SIAU, J.F. Flow in wood. Syracuse: Syracuse University Press, 1971. 131p.

SKAAR, C. Water in wood. New York: Syracuse University Press, 1972. 218p.

STAMM, A.J. Wood and celulose - liquid relationships. North Carolina: Agricultural Experiment Station., 1962. 56p. (Tech. Bul., 150).

STAMM, A.J. Wood and cellulose science. New York: Ronald Press, 1964. 549p.

STAMM, A.J. Dimensional changes of wood and their control. In: GOLDSTEIN, I.S. (Ed.) Wood technology: chemical aspects. 1977. p.115-140. (ACS Symp. Ser. 43).

WINISTORFER, P.M.; XU, W.; HELTON, C.M. Influence of three wax formulations and three application rates on thickness swell performance of southern pine flakeboards. Forest Products Journal, v.46, n.3, p.63-67, 1996.

Downloads

Publicado

30-06-2001

Como Citar

Costa, A. F. da, Vale, A. T. do, & Gonçalez, J. C. (2001). Eficiência de um resíduo de origem petrolífera sobre a estabilidade dimensional da madeira de <i>Pinus</i> sp. (pinus) e <i>Mimosa scabrella</i> Bentham (bracatinga). Ciência Florestal, 11(2), 59–70. https://doi.org/10.5902/198050981654

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>