Diversidade de <i>Trichocomaceae</i> isoladas de solo em dois ecossistemas florestais.

Autores

  • Marcelo Elias Fraga UFSM
  • Marcos Gervasio Pereira
  • Deivison Jesus Barbosa
  • Maruzanete Pereira Melo

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050981771

Palavras-chave:

<i>Trichocomaceae</i>, <i>Pinus elliotti</i>, <i>Corymbia citriodora</i>, solo

Resumo

A família Trichocomaceae inclui os gêneros de fungos anamórficos, Aspergillus e Penicillium. Muitos membros dessa família são importantes causadores de degradação de alimentos, biodeterioração, patogênicos a animais, e algumas espécies são usadas em biotecnologia e podem produzir micotoxinas. O presente trabalho foi realizado em duas áreas, durante o período de um ano (2006-2007) com coletas em área de plantio de pinus (Pinus elliotti) e Corymbia (Corymbia citriodora) com idade aproximada de 20 anos, no campus da UFRRJ, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil. Na área de cada cobertura vegetal foi estabelecida uma parcela de aproximadamente 500 m2, onde foram coletadas aleatoriamente dez amostras simples, em intervalos regulares de 70 dias. No momento da coleta foram medidas as temperaturas do solo com geotermômetro digital. Durante o de estudo também foi quantificada a precipitação pluviométrica e a temperatura ambiente. No período, foi verificada uma pequena variação da temperatura do solo nas áreas, valores de 21,93 a 27,69oC na área de pinus e 22,22 a 26,58oC na área de Corymbia. A variação mensal da umidade relativa mínima foi de 27,2/20,5 e máxima de 82,6/63,2 e os maiores valores de precipitação observados foi no mês de janeiro (22 dias). Em relação à micobiota, foi observada uma variação crescente da unidade formadora de colônia (UFC) nos período de maior temperatura e umidade relativa com índices variando de 12,8/58,2 e 20,3/83,3x103 para Corymbia e pinus respectivamente. O número total de fungos foi de 190 isolados, pertencentes a cinco gêneros e 54 espécies diferente, sendo 32 Penicillium spp., 19 Aspergillus spp., um Eupenicillium javanicu, um Eurotium chevalieri e um Sclerocleista ornata. A espécie mais abundante foi Penicillium decumbens, sendo encontrada em todas as coletas. Os períodos de maior concentração de UFC estão correlacionados com os períodos de chuva, umidade relativa e temperatura. As variáveis climáticas precipitação e temperatura foram os fatores que mais influenciaram na sucessão da micobiota no solo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABARCA, M. L. et al. Taxonomy and significance of black aspergilli. Antonie van Leeuwenh., v. 86, p. 33-49, Nov. 2004.

AL-MUSALLAM, A. Revision of the black Aspergillus species. 1980. 91 f. Tese (Doutorado em Microbiologia) – Utrecht University, Ultrecht, 1980.

AUER, C. G. et al. Fungos em acículas de serrapilheira de Pinus taeda L. em povoamentos com diferentes idades. Floresta, Curitiba, v. 36, n. 3, p. 433-438, set./dez. 2006.

BRIDGE, P.; SPOONER, B. Soil fungi: diversity and detection. Plant and Soil, , v. 232, p. 147-154, Jan. 2001.

CHRISTENSEN, M.; FRISVAD, J. C.; TUTHILL, D. E. Penicillium species diversity in soil and some taxonomic and ecological notes. In: SAMSON, R. A.; PITT, J. I. Integration of Modern Taxonomic Methods for Penicillium and Aspergillus Classification. Londom: Harwood Academic Publishers, 2000. p. 309-321.

DOMSCH, K. H.; GAMS, W.; ANDERSON, T. H. Compendium of soil fungi. London: Academic Press, 1993. 860 p.

EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. Embrapa Solos, Rio de Janeiro. 1997. 212 p.

EMBRAPA. CNPS. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro, EMBRAPA Solos, 2006. 306p.

GLIESSMANN, S. R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: Ed. Universidade, 2000. 653 p.

GOMES, N. C. M. et al. Bacterial diversity of the rhizosphere of maize (Zea Mays) grow in tropical soil studied by temperature gradient gel electrophoresis. Plant and Soil, , v. 232, p. 167-180, Jan. 2001.

HORN, B. W. Biodiversity of Aspergillus section Flavi in the United States: A review. Food Additive Contaminant, London, v. 24, n. 10, p. 1088-1101, Oct. 2007.

KIRK, J. L. et al. Methods of studying soil microbial diversity. Journal Microbiological Methods, London, v. 58, p. 169-188, Aug. 2004.

KLICH, M. A. Identification of common Aspergillus species. Utrecht: CBS, 2002. 116 p.

KLICH, M. A.; PITT, J. I. A laboratory guide to common Aspergillus species and their teleomorphs. North Ryde: CSIRO, 1988. 116 p.

KLICH, M. A. Biogeography of Aspergillus species in soil and litter. Mycology, Lawrence, v. 94, n. 1, p. 21-27, Jan. 2002.

MARKOVINA, A.et al. Diversity of the Trichocomaceae in the Katandra Nature Reserve, Central Coast, NSW, Australia. Mycological Research, London, v. 109, p. 964-973, Sept. 2005.

MOREIRA, M. S.; SIQUEIRA, J. O.; BRUSSAARD, L. Biodiversidade do solo em ecossistemas brasileiros. Lavras: Ed. UFLA, 2008. 768 p.

PARUNGAO, M. M.; FRYAR, S. C.; HYDE, K. D. Diversity of fungi on rainforest litter in North Queensland, Australia. Biodiversity and Conservation, v. 11, p. 1185-1194, July 2002.

PEÑA, M. L. P. et al. Respiração microbiana como indicadores da qualidade do solo em ecossistema florestal. Floresta, Curitiba, v. 35, n. 1, p. 117-126, jan./abr. 2005.

PITT, J. I. A laboratory guide to common Penicillium species. Australia: Food Science Australia a Joint Venture of CSIRO and AFISC, 2000. 197 p.

RAPER, K. B.; FENNELL, D. I. The genus Aspergillus. Baltimore: Williams & Wilkins, 1965. 686 p.

SAMSON, R. A. et al. Introduction to food and airborne fungi. 6th ed., Baarn: CBS, 2000. 389 p.

SAMSON, R. A.; FRISVAD, J. C. Penicillium subgenus Penicillium: new taxonomic schemes, mycotoxins and other extrolites. Studies in Mycology, v. 49, p. 1-251, Jan. 2004.

SAMSON, R. A.; VARGA, J. Aspergillus systematic in the genomic era. Utrecht: CBS Fungal Biodiversity Centre, 2007. 207 p. (Studies in Mycology 59)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURA. O setor florestal Brasileiro: fatos em números. Dez 2007. Disponível em: Acesso em: 04 de julho de 2008.

TAUK, S. M. Biodegradação de resíduos orgânicos no solo. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 20, n.1-4, p. 299-301, jan./abr. 1990.

TAUK-TORNISIELO, S. M. et al. Soilborne filamentous fungi in Brasil. Journal Basic Microbiological, Weinheim, v. 45, p. 72-82, Jan. 2005.

VENEDIKIAN, N.; BONAVENTURA, S. M.; GODEAS, A. M. Estudio de las comunidades fungicas de la filosfera de Pinus taeda L. (Pinaceae) I. Variacion estacional. Gayana Botanica, Chile, v. 58, n. 2, p. 47-52, enero/marzo. 2001.

VENEDIKIAN, N.; GODEAS, A. M. Estudio de la filosfera de Pinus taeda (Pinaceae). I. Poblaciones Fúngicas. Boletín de la Sociedad Argentina de Botánica, v. 31, n. 3-4, p. 193-200, junio/dic. 1996.

VIEIRA, F. C. S.; NAHAS, E. Comparison of microbiol numbers in soils by using various culture media and temperatures. Microbiological Research, London, v. 160, p. 197-202, Apr. 2005.

VIRZO de SANTO, A. et al. Fungal mycelium and decomposition of needle litter in three contrasting coniferous forests. Acta Oecologica, Paris, v. 23, p. 247-259, fev. 2002.

Downloads

Publicado

30-03-2010

Como Citar

Fraga, M. E., Pereira, M. G., Barbosa, D. J., & Melo, M. P. (2010). Diversidade de <i>Trichocomaceae</i> isoladas de solo em dois ecossistemas florestais. Ciência Florestal, 20(1), 167–175. https://doi.org/10.5902/198050981771

Edição

Seção

Nota Técnica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 > >>