Avaliação financeira e gerenciamento de risco para diferentes distâncias de transporte de madeira pelo modal rodoviário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835470

Palavras-chave:

Análise de risco, Biminhão, Técnica de Monte Carlo

Resumo

Entre os inúmeros elos da cadeia produtiva do setor florestal, o transporte apresenta-se como um componente relevante na gestão econômica das empresas, podendo representar mais de 30 % dos custos da madeira posto fábrica. Mediante a expressividade econômica e as incertezas relacionadas à atividade, objetivou-se com este trabalho proceder uma análise econômica e de risco no segmento de transporte florestal terceirizado. As receitas foram oriundas do valor pago pelo frete à empresa terceirizada, para os três raios de transporte analisados (US$/m³), bem como pelo volume de madeira transportado pelo biminhão (50 m³). Foi determinado o custo operacional por hora efetiva de trabalho, considerando os custos fixos, variáveis e administrativos. A pesquisa foi conduzida em uma empresa situada no litoral norte da Bahia, responsável pelo transporte terceirizado de madeira, das margens das estradas até a bateria de fornos, com uso do biminhão. A empresa detentora dos fornos pertence ao segmento de siderurgia e utiliza como fonte de matéria-prima madeira de eucalipto oriundo do próprio plantio. Foram avaliados três raios de transporte, sendo estes: 10 km, 14 km e 20 km. Adotaram-se os critérios VPL, TIR, VAE, RB/C e CMP para análise econômica, sendo VPL empregado ainda na simulação de cenários de risco da atividade. Os resultados mostraram viabilidade para todos os critérios analisados: US$ 5.657,58 (VPL); 8,23% (TIR); US$ 824,23 (VAE); 1,004 (RB/C) e US$ 2,24 (CMP), para o raio de transporte de 10 km; US$ 72.563,96 (VPL); 18,34% (TIR); US$ 10.571,55 (VAE); 1,05 (RB/C) e US$ 2,38 (CMP), para o raio de transporte de 14 km; US$ 251.807,75 (VPL); 27,3 % (TIR); US$ 36.684,85 (VAE); 1,15 (RB/C) e US$ 2,62 (CMP), para o raio de transporte de 20 km. Na análise de risco foi observado 49,0%, 30,9% e 7,4% de probabilidades dos valores de VPL apresentarem negativos, para os raios de transporte de 10, 14 e 20 km, respectivamente, considerando a distribuição triangular uniforme com 10.000 iterações. O trabalho mostrou maior cenário de risco para o raio de transporte de 10 e 14 km, sendo a variável de maior influência, o valor de aquisição do veículo. O maior raio de distância de transporte condicionou cenários de menores riscos e maior atratividade para a empresa terceirizada de transporte florestal.

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Biografia do Autor

Aline Pereira das Virgens, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, BA

Engenheira Florestal, Me., Pesquisadora Autônoma, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Estrada do Bem Querer, Km 04, CEP 45031-300, Vitória da Conquista (BA), Brasil.

Luis Carlos de Freitas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, BA

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Estrada do Bem Querer, Km 04, CEP 45031-300, Vitória da Conquista (BA), Brasil.

Márcio Lopes da Silva, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG

Engenheiro Florestal, Dr., Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa, CEP 36570-900, Viçosa (MG), Brasil.

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Publicado

01-06-2021

Como Citar

Virgens, A. P. das, Freitas, L. C. de, & Silva, M. L. da. (2021). Avaliação financeira e gerenciamento de risco para diferentes distâncias de transporte de madeira pelo modal rodoviário. Ciência Florestal, 31(2), 880–897. https://doi.org/10.5902/1980509835470

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