A comunidade arbórea do remanescente florestal urbano do Parque Natural Municipal da Lajinha (Juiz de Fora, MG, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509834485Palavras-chave:
Fitossociologia, Diversidade, Unidade de conservação, Zona da MataResumo
O estudo objetivou analisar a estrutura, composição e diversidade de espécies arbóreas do fragmento florestal urbano do Parque Natural Municipal da Lajinha (Juiz de Fora, MG, Brasil). Foram alocadas 25 parcelas de 20 x 20 m (1 ha), onde foram mensurados todos os indivíduos com DAP ≥ 5cm. Foram amostrados 1393 indivíduos vivos, pertencentes a 155 espécies e 51 famílias botânicas. As espécies com maiores VI foram: Nectandra nitidula (15,0), Eugenia hiemalis (12,6), Bathysa australis (9,94), Virola bicuhyba (8,71) e Alchornia triplinervia (8,02). O índice de diversidade de espécies de Shannon foi um dos mais altos para as florestas da região (H’ = 4,36 nats.ind-1). O elevado índice de equabilidade de Pielou (J’ = 0,87) e as análises multivariadas (agrupamento e DCA) mostraram alta heterogeneidade florística na comunidade. Complementarmente, a presença de espécies raras da flora de MG e de espécies nacionalmente ameaçadas (Ocotea odorifera, Virola bicuhyba, Dicksonia sellowiana) evidenciam a área como importante relicto de conservação da biodiversidade na paisagem urbana.
Downloads
Referências
APG IV. An update of the Angiosperm Phylogeny Groups Classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v. 161, n. 2, p.105-121, 2016.
ARROYO-RODRÍGUEZ, V. et al. Multiple successional pathways in human-modified tropical landscapes: new insights from forest succession, forest fragmentation and landscape ecology research. Biological Reviews, Hoboken, v. 92, n. 1, p. 326-340, 2017.
BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 66, n. 4, p.1085-1113. 2015.
BORGES, E. R. et al. The evolutionary diversity of urban forests depends on their land-use history. Urban Ecosystems, New York, v. 23, p. 631-643, 2020.
BRITO, P. S.; CARVALHO, F. A. Estrutura e diversidade arbórea da Floresta Estacional Semidecidual secundária no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora, MG, Brasil). Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 65, n. 4, p. 815-830, 2014.
BROWN, S.; LUGO, A. E. Tropical Secondary Forests. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 6, n. 1, p. 1-32, 1990.
CHAZDON, R. L. et al. The potencial for species conservation in tropical secondary forests. Conservation biology, London, v. 23, n. 6, p. 1406-1417, 2009.
CHAZDON, R. L. Regeneração de florestas tropicais. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais, Belém, v. 7, n. 3, p. 195-218, 2012.
DRUMMOND, G. M. et al. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2 ed. 2005, 222 p.
ELIAS, F. et al. Assessing the growth and climate sensitivity of secondary forests in highly deforested Amazonian landscapes. Ecology, Chichester, v. 101, n. 3, p. e02954, 2020.
FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente. Mapa de solos do Estado de Minas Gerais, 2013. Disponível em: <http://www.feam.br/noticias/1/949-mapas-de-solo-doestado-de-minas-gerais>. Acesso em 23/01/2016.
FELFILI, J. M. et al. Análise multivariada: princípios e métodos em estudos de vegetação. In: FELFILI, J. M. (Eds). Fitossociologia no Brasil: Métodos e Estudos de Casos. Editora UFV, 2011, p. 122-155.
FONSECA, C. R.; CARVALHO, F. A. Aspectos florísticos e fitossociológicos da comunidade arbórea de um fragmento urbano da Floresta Atlântica (Juiz de Fora, MG, Brasil). Bioscience Journal, Uberlândia, v. 28, n. 5, p. 820-832, 2012.
GARCIA, P. O. Estrutura e Composição do Estrato Arbóreo em Diferentes Trechos da Reserva Biológica Municipal Santa Cândida, Juiz de Fora, Minas Gerais. 2007. 91 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2007.
GONZAGA, A. P. D. et al. Diagnóstico florístico-estrutural do componente arbóreo da floresta da Serra de São José, Tiradentes, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 505-520, 2008.
HAMMER, O.; HARPER, D. A. T; RYAN, P. D. PAST: Paleontological Statistical software package for education and data analysis. Palaentologia Electronica, Oslo, v. 4, n. 1, 2001.
HOBBS, R. J.; HIGGS, E. S.; HALL, C. Novel Ecosystems: Intervening in the new ecological world order. Chichester: John Wiley & Sons Ltd; 2013, 380 p.
IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, Série Manuais, 2ª ed., 2012.
KENT, M.; COKER, P. Vegetation description and analysis. Nova Iorque: John Wiley & sons, 1992.
LETCHER, S. G.; R. L. CHAZDON. Rapid recovery of biomass, species richness, and species composition in a forest chronosequence in Northeastern Costa Rica. Biotropica, Florida, v. 41, n. 5, p. 608-617, 2009.
MAGURRAN, A. E. Measuring biological diversity. Oxford: Blackwell Science, 2004.
MARTINELLI, G.; MORAES, M. A (Orgs.). Livro vermelho da flora do Brasil. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2013.
MARTINS, F. R. Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: Ed. Unicamp, 1991.
MATOS, F.A.R. et al. Secondary forest fragments offer important carbon and biodiversity cobenefits. Global Change Biology, Chichester, v. 26, n. 2, p. 509-522, 2020.
McKINNEY, M. L. Urbanization, Biodiversity, and Conservation. BioScience, Washington, v. 52, n. 10, p. 883-890, 2002.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; FONTES, M. A. L. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forests in southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica, Florida, v. 32, n. 4b, p. 793-810, 2000.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; JARENKOW. J. A.; RODAL, M. J. N. Floristic relationships of seasonally dry forests of eastern South America based on tree species distribution patterns. In: PENNINGTON, R. T., RATTER, J. A. & LEWIS, G. P. (Eds.) Neotropical savannas and dry forests: Plant diversity, biogeography and conservation. Boca Raton: CRC Press, 69: 151-184, 2006.
OLIVEIRA-FILHO, A. T; SCOLFORO, J. R. S. (Eds.). Inventário Florestal de Minas Gerais: Espécies arbóreas da flora nativa. Lavras: Editora UFLA, 2008.
OLIVEIRA-NETO, N. E.; NASCIMENTO, D. R.; CARVALHO, F. A. Biodiversity inventory of trees in a neotropical secondary forest after abandonment of shaded coffee plantation. IForest, Roma, v. 10, p. 303-308, 2017.
PAN, Y. et al. A large and persistent carbon sink in the world’s forests. Science, New York, v. 333, n. 6045, p. 988-993, 2011.
PIFANO, D. S. et al. Similaridade entre os habitats da vegetação do morro do Imperador, Juiz de Fora, Minas Gerais, com base na composição de sua Flora Fanerogâmica. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 58, n. 4, p. 885-904, 2007.
PYLES, M.V. et al. Land use history drives differences in functional composition and losses in functional diversity and stability of Neotropical urban forests. Urban Forestry & Urban Greening, Berlin, v. 49, p. 126608, 2020.
ROZENDAAL, D. M. A. et al. Biodiversity recovery of Neotropical secondary forests. Science Advances, New York, v. 5, n. 3, eaau3114, 2019.
SANTANA, L. D.; FONSECA, C. R.; CARVALHO, F. A. Aspectos ecológicos das espécies regenerantes de uma floresta urbana com 150 anos de sucessão florestal: o risco das espécies exóticas. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 29, n. 1, p. 1-13, 2019.
SILVA, C. N. et al. Flora fanerogâmica do Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil1. Rodriguesia, Rio de Janeiro, v. 71, p. e04312017, 2020.
TABARELLI, M. et al. Espécies ameaçadas e planejamento da conservação. Belo Horizonte: Fundação SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional do Brasil, 2005.
VALENTE, A. S. M. et al. Composição, estrutura e similaridade florística da Floresta Atlântica, na Serra Negra, Rio Preto, MG. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 62, n. 2, p. 321-340, 2011.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ciência Florestal
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.