Resgate vegetativo por alporquia de genótipos adultos de urucum (<i>Bixa orellana</i> L.)
DOI:
https://doi.org/10.5902/198050982055Palavras-chave:
brotos axilares, enraizamento, ácido indol-3-butíricoResumo
Este trabalho teve por objetivos avaliar a técnica de alporquia visando ao resgate vegetativo de genótipos de urucum (Bixa orellana L.) e a obtenção de plantas fornecedoras de propágulos para processos de propagação clonal. Foram utilizadas dez plantas matrizes de urucum, com 12 anos de idade, obtidas partindo do cruzamento artificial entre os genótipos "Fruto Verde Piloso" X "Fruto Vermelho Liso". Os alporques foram realizados em ramos de 1 a 2 cm de diâmetro, utilizando-se como substrato uma mistura de vermiculita e musgo. Foi avaliado o efeito (1) do tipo de anelamento da casca dos ramos (total ou parcial), com 1 cm de comprimento, (2) do AIB (ácido indol-3-butírico a 0 e 4,92 mM) aplicado em papel filtro e (3) do tipo de proteção dos alporques (filmes plásticos transparente ou preto ou tecido tencel), no enraizamento de alporque dos dez genótipos. A técnica de alporquia proporcionou o enraizamento de ramos dos dez genótipos avaliados, com eficiência variável de 20 a 100%, havendo efeito do genótipo sobre a frequência de enraizamento. A sobrevivência desses alporques foi de 100% após o plantio quando estes foram produzidos com anelamento total, tratados com AIB e protegidos com plástico transparente. Em casa de vegetação os alporques desenvolveram ramos partindo da brotação de gemas caulinares constituindo estoques de explantes apropriados para serem utilizados como estacas ou como fontes de segmentos nodais para a propagação in vitro desta espécie.
Downloads
Referências
ALFENAS, A. C.et al. Clonagem e doenças do eucalipto. Viçosa: UFV, 2004. 422 p.
BITENCOURT, J.; MAYER, J. L. S.; ZUFFELLATO-RIBAS, K. C. Propagação vegetativa de Ginkgo biloba por alporquia. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 9, n. 2, p. 71-74, 2007.
BONGA, J. M., VON ADERKAS, P. In vitro culture of trees. Amserdam: Kluwer Academic Publishers, 1992. 236 p.
BOUVIER, F.; DOGBO, O.; CÂMARA, B. Biosynthesis of the food and cosmetic plant pigment bixin (annatto). Science, New York, v. 300, n. 5628, p. 2089-2091, June 2003.
BRUCKNER, C. H.; KHOURI, S. S.; MELGAÇO, A. V. Propagação do urucueiro (Bixa orellana L.) por meio de cinco modalidades de enxertia. Revista Ceres, Viçosa, v. 32, n. 38, p. 340-344, 1991.
CARVALHO, J. F. R. P.; CARVALHO, C. R.; OTONI, W. C. Regeneração in vitro de urucum (Bixa orellana L.) a partir de diferentes tipos de explantes. Revista Árvore, Viçosa, v. 29, n. 6, p. 887-895, Nov./dez. 2005.
CASTRO, L. A. S.; SILVEIRA, C. A. P. Propagação vegetativa do pessegueiro por alporquia. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 2, p. 368-370, ago. 2003.
COLLINS, P.; HUGHES, S. Natural colours – a question of stability. In COLLINS, G.B., SHEPHERD, R.H. (Eds.). Prospectives in natural food symposium. London: Overseal Food, 1991. p. 1-10.
D’SOUZA, M. C.; SHARON, M. In vitro clonal propagation of annatto (Bixa orellana L.). In Vitro Cellular and Developmental Biology-Plant, New York, v. 37, n.2, p. 168-172, Mar./Apr. 2001.
HARTMANN, H. T. et al. Plant propagation: principles and practices. 7th ed. New Jersey: Prentice Hall, 2002. 880 p.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: (http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pevs) > Acesso em: 18 de setembro de 2008.
JOLY, A. B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. São Paulo: Nacional, 2002. 777 p.
LAURO, G. J. A primer on natural colors. Cereal Foods World, St. Paul, v. 36, n. 11, p. 949-953, Nov. 1991.
LEDERMAN, I. E. et al. Propagação vegetativa do umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) e da graviola (Annona muricata L.) através da alporquia. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 13, n. 1, p. 55-58, 1991.
LEITE, G. L. D. et al. Efeito do AIB sobre a qualidade e fitossanidade dos alporques de influência da Caryocar brasiliense Camb (Caryocaraceae). Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 2, p. 315-320, 2007.
LIMA, L. C. F. Mercado Sul-Americano do urucu. In: SEMINÁRIO DE CORANTES NATURAIS PARA ALIMENTOS, 2; SIMPÓSIO INERNACIONAL DE URUCUM, 1, 1991, Campinas. Anais ... ITAL: Campinas, 1991. p. 199-205.
MANTOVANI, N. C. Propagação vegetativa e cultivo in vitro de Bixa orellana L. e Ginkgo biloba L. 2007. 135 f. Tese (Doutorado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2007.
MARTINS, A. B. G.; ANTUNES, E. L. Propagação do jambeiro rosa (Sizigyum jambos L. Alston.) pelo processo de alporquia. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 22, n. 2, p. 205-207, 2000.
NIEDZ, R. P.; BAUSHER, E. G. Control of in vitro contamination of explants from greenhouse-and field-grown trees. In Vitro Cellular and Developmental Biology-Plant, New York, v. 38, p. 468-471, Sept./Oct., 2002.
PACHECO A, C.; CASTRO, P. R. C.; APPEZZATO-DA-GLÓRIA, B. Aspectos anatômicos do enraizamento da videira muscadínia (Vitis rotundifolia Michx.) através de alporquia. Scientia Agrícola, Piracicaba, v. 55, n. 2, p. 210-217, Mai./Ago. 1998.
PAIVA NETO, V. B. et al. Somatic embryogenesis from immature zygotic embryos of annatto (Bixa orellana L.). In Vitro Cellular and Developmental Biology-Plant, New York, v. 39, n. 6, p. 629-634, Nov./Dec. 2003a.
PAIVA NETO, V. B.; MOTA, T. R.; OTONI, W. C. Direct organogenesis from hypocotyl-derived explants of annato (Bixa orellana L.). Plant Cell, Tissue and Organ Culture, v. 75, n. 2, p. 159-167, Nov. 2003b.
PAIVA NETO, V. B.; CARVALHO, C. R.; OTONI, W. C. Mannose - a potential selection system for genetic transformation of annatto (Bixa orellana L.). Biologia Plantarum, Prague, v. 47, n. 3, p. 441-444, 2003c.
PARIMALAN, R.; GIRIDHAR, P.; RAVISHANKAR, G. A. Mass multiplication of Bixa orellana L. through tissue culture for commercial propagation. Industrial Crops and Products, v. 28, n. 2, p. 122-127, Sept. 2008.
PINHEIRO, A. L.; ALMEIDA, E. C. de. Avaliação de um híbrido artificial obtido entre duas variedades de urucum (Bixa orellana L.) em Viçosa – Minas Gerais. Revista Brasileira de Corantes Naturais, Vitória da Conquista, v. 1, n. 1, p. 31-35, ago./set. 1992.
REBOUÇAS, T. N. H.; SÃO JOSÉ, A. R. A cultura do urucum: práticas de cultivo e comercialização. Vitória da Conquista: DFZ/UESB/SBCN, 1996. 42 p.
SÃO JOSÉ, A. R. et al. Estudo da propagação vegetativa e sexual do urucum (Bixa orellana L.) Experimento I. Revista Brasileira de Corantes Naturais, Vitória da Conquista, v. 1, n. 1, p. 20-24, ago./set. 1992.
SÃO JOSÉ, A. R. et al. Cultivo del achiote (Bixa orellana L.) en Brasil. Revista Brasileira de Corantes Naturais, Vitória da Conquista, v. 3, p. 113-119, 1999.
SHA VALLI KHAN, P. S.; PRAKASH, E.; RAO, K. R. Callus induction and plantlet regeneration in Bixa orellana L., an annatto-yielding tree. In Vitro Cellular and Developmental Biology-Plant, New York, v. 38, n.2, p. 186-190, Mar. 2002.
THORPE, T. A.; HARRY, I. S.; KUMAR, P. P. Application of micropropagation to forestry. In: DEBERGH, P. C., ZIMMERMAN, R. H. (Eds.). Micropropagation: Technology and application. Dordrecht: Kluwer, 1991. p. 311-336.
XAVIER, A., COMÉRIO, J. Microestaquia: uma maximização da micropropagação de Eucalyptus. Revista Árvore, Viçosa, v. 20, n. 1, p. 9-16, jan./fev. 1999.
WENDLING, I.; XAVIER, A. Gradiente de maturação e rejuvenescimento aplicado em espécies florestais. Floresta e Ambiente, Seropédia, v. 8, n. 1, p. 187-194, jan./dez. 2001.
WENDLING, I.; XAVIER, A. Influência da miniestaquia seriada no vigor radicular de clones de Eucalyptus grandis. Revista Árvore, Viçosa, v. 29, n. 5, p. 681-689, set./out. 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.