RIQUEZA, DIVERSIDADE E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA EM ÁREAS DE CERRADO EM REGENERAÇÃO E PRESERVADO NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ITIRAPINA - SP

Autores

  • Alessandro de Paula
  • Fernanda Quintas Martins
  • Marco Antônio Portugal Luttembarck Batalha
  • Rodrigo Rodrigues
  • Marco Antônio Manhães

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509817481

Palavras-chave:

savana, fitossociologia, <i>Pinus elliotti</i>.

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/1980509817481

A capacidade das espécies do cerrado de se regenerar a partir da rebrota de estruturas subterrâneas depende tanto das propriedades físicas e químicas do solo quanto do tempo decorrido após o desmatamento. Na Estação Ecológica de Itirapina, realizam-se levantamentos florísticos e fitossociológicos dos componentes herbáceo-subarbustivo e arbustivo-arbóreo da vegetação de cerrado em uma área em regeneração, após dois anos da remoção de um talhão de Pinus elliotti, e em uma área preservada. Em cada uma das duas áreas, foram lançadas, ao longo de uma transecção, 20 parcelas de 5 x 5 m, distribuídas sistematicamente a cada 20 m. Nessas parcelas foi amostrado o componente arbustivo-arbóreo (todos os indivíduos lenhosos com diâmetro do caule no nível do solo igual ou maior a 3 cm). Em cada uma das parcelas foi delimitada uma subparcela de 0,5 x 0,5 m, em que foi amostrado o componente herbáceo-subarbustivo (todos os indivíduos lenhosos com diâmetro do caule no nível do solo menor do que 3 cm e todos os não lenhosos). O menor índice de diversidade encontrado foi para o componente herbáceo-subarbustivo da área em regeneração (1,29 nats.indivíduo-1), enquanto que o maior foi para o componente herbáceo-subarbustivo da área de cerrado preservado (2,75 nats.indivíduo-1). Entre as áreas em regeneração e preservada, os índices de similaridade de Sørensen, tanto para o componente herbáceo-subarbustivo (0,23) quanto para o componente arbustivo-arbóreo (0,31), mostraram uma baixa semelhança florística entre as áreas. Além disso, a densidade e a riqueza para ambos os componentes foram significativamente maiores para o cerrado preservado. Os resultados encontrados mostraram que os dois anos decorridos desde o corte raso de Pinus elliotti não foram suficientes para que a vegetação natural se restabelecesse no talhão.

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Publicado

29-03-2015

Como Citar

Paula, A. de, Martins, F. Q., Batalha, M. A. P. L., Rodrigues, R., & Manhães, M. A. (2015). RIQUEZA, DIVERSIDADE E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA EM ÁREAS DE CERRADO EM REGENERAÇÃO E PRESERVADO NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ITIRAPINA - SP. Ciência Florestal, 25(1), 231–238. https://doi.org/10.5902/1980509817481

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