Climatologia sazonal de frentes frias no centro-sul da América do Sul a partir de um sistema de detecção automatizado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179460X85472

Palavras-chave:

Algoritmo de detecção, Climatologia, Sistemas frontais, Frontogênese

Resumo

As Frentes Frias (FFs) atuantes no sul e centro-sul da América do Sul (AS) se caracterizam como causadores de eventos como chuvas intensas, temporais com ventos fortes e queda acentuada da temperatura. Este trabalho teve como objetivo realizar uma climatologia sazonal do deslocamento e da intensidade das FFs na região mencionada acima. Na metodologia desenvolveu-se um algoritmo computacional, denominado de Índice de Detecção de Frentes Frias Normalizado (IFFN), para detecção e caracterização das FFs por meio dos dados da reanálise do CFSR e CFSRv2, da componente meridional do vento a 10 m e da temperatura do ar a 2 m. Dez áreas foram delimitadas: sendo cinco litorâneas e cinco continentais. A climatologia sazonal de FFs apresentou uma maior frequência no inverno, onde esses sistemas são mais intensos, com uma média de 20 FFs por ano. Os padrões de deslocamento e intensidade mostram a diminuição de FFs conforme estas avançam em direção a latitudes menores. A análise sinótica e a composição da precipitação acumulada mostrou que as FFs que atuam na primavera, por vezes associadas aos CCMs e SCMs, favorecem os acumulados de precipitação na porção Oeste do estado. No verão, as células de convecção são responsáveis pela chuva mal distribuída e temporais. No outono, a chuva está associada às FFS e à circulação marítima e influenciam o Rio Grande do Sul (RS) e as regiões Oeste e Norte de Santa Catarina (SC). No inverno, as FFs são responsáveis pelo padrão de precipitação. Segundo o IFFN de cada caso, tem-se que os casos da primavera, outono e inverno são categorizados como intensos, já o de verão como moderado.

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Biografia do Autor

Roseli de Oliveira, Instituto Federal de Santa Catarina

 

Área de pesquisa: Meteorologia Aplicada, Climatologia, Meteorologia Ambiental, Meteorologia Sinótica.

Função: Mestre em Clima e Ambiente.

 P.S.: O Mestrado Profissional em Clima e Ambiente oferece a multidisciplinaridade, sendo integrador e multicampi. Tem como finalidade o fortalecimento da articulação entre empresas públicas e privadas, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e a rede de informações ambientais globais, com vistas a estimular a interação de saberes sobre o desenvolvimento tecnológico.

Mário Francisco Leal de Quadro, Instituto Federal de Santa Catarina

 Atualmente é professor do Curso Técnico, membro permanente do corpo docente e vice-coordenador do PCAM. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia Sinótica, atuando principalmente nos seguintes temas: Análise do Sistema Zona de Convergência do Atlântico Sul e Assimilação de Dados para Modelos de Mesoescala. Tem larga experiencia na área de desenvolvimento de aplicativos meteorológicos adquiridos em diversos centros de Meteorologia do Brasil, tais como CPTEC/INPE, onde trabalhou como servidor concursado na função de Assistente de Pesquisa na operacionalização de Modelos Climáticos. Também foi servidor concursado na função de Pesquisador junto ao Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR). Também atuou junto a EPAGRI/CIRAM na função de desenvolvimento de produtos meteorológicos. Foi presidente e membro fundador da Associação Catarinense de Meteorologia (ACMET). Atualmente é vice-presidente da atual diretoria da ACMET.

Dirceu Luis Herdies, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

 Pesquisador Titular do CPTEC/INPE, docente permanente do curso de Mestrado/Doutorado acadêmico em Meteorologia do INPE e do Mestrado profissional em Clima e Ambiente do IFSC e Pesquisador nível 1 do CNPq. 

Hugo Nunes Andrade, Universidade Federal do Rio Grande

 Instituto de Oceanografia, Programa de Pós Graduação em Oceanologia.
Área de pesquisa: Ciclones explosivos

Função: Doutorando

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Publicado

2024-04-10

Como Citar

Oliveira, R. de, Quadro, M. F. L. de, Herdies, D. L., & Andrade, H. N. (2024). Climatologia sazonal de frentes frias no centro-sul da América do Sul a partir de um sistema de detecção automatizado. Ciência E Natura, 46, e85472. https://doi.org/10.5902/2179460X85472

Edição

Seção

Meio Ambiente

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