O processo de expansão urbana e seus impactos na Estação Ecológica de Ribeirão Preto, SP

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179460X40783

Palavras-chave:

Unidades de Conservação, Zona de Amortecimento, Mapeamento do Uso e Ocupação das Terras, Planejamento Urbano, Plano Diretor

Resumo

Embora os instrumentos normativos de planejamento urbano incluam a avaliação de impacto ambiental, há uma flexibilização dessas leis devido a interesses públicos e privados que têm objetivos contrários às políticas ambientais. No município de Ribeirão Preto, a produção de café e cana-de-açúcar tem contribuído para a fragmentação da vegetação nativa, reduzida a 6% da área municipal (4.200 ha). A Estação Ecológica de Ribeirão Preto (EERP) é o maior remanescente nativo (155 ha) e sofre pressões por estar localizada no meio urbano. Este trabalho investigou a pressão urbana na Zona de Amortecimento (ZA) e sua relação com as mudanças no Plano Diretor (PD) e leis complementares. Os mapas de cobertura da terra (2010 e 2017) também foram analisados com o objetivo de quantificar a conversão de florestas nativas para usos antrópicos, mostrando uma intensa expansão urbana na ZA no período analisado. Por outro lado, a legislação urbanística-ambiental municipal evoluiu, visto que a MP anterior (datada de 1995) abordou o meio ambiente de maneira específica mas foi modificada na lei de 2018, que tenta integrar o zoneamento urbano à zona de amortecimento  a fim de tornar o uso do solo compatível com o Plano de Manejo da EERP.

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Biografia do Autor

Emanoele Lima Abreu, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Doutoranda em Ciências Ambientais (UFSCar), Mestra em Engenharia Ambiental (UFOP), Especialista em Gestão Ambiental (CEUT), Bióloga (UFPI) e Gestora Ambiental (IFPI).  Desenvolve pesquisa na área de Planejamento ambiental e urbano.

Sammy Dutra Saquy, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Mestrando em Ciências Ambientais (UFSCar). Possui graduação em Ciências biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (2013). Especialista em Gestão ambiental sustentável pela Universidade Federal de São Carlos. Experiência durante a graduação com levantamento de ictiofauna, sustentabilidade, licenciamento e legislação ambiental. Atualmente trabalha com gestão ambiental pública voltada para a preservação de recursos ambientais

Pedro Henrique de Godoy Fernandes, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Mestre em Ciências Ambientais e Engenheiro Florestal pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Tem experiência na área de Recursos Florestais, Ecologia Florestal e Recuperação de Áreas Degradadas, atuando principalmente nos seguintes temas: seed bank, restoration, ecology.

Silvia Cristina de Jesus, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Possui graduação em Ecologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004). Mestre em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (2009). Atualmente é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos e membro integrante do Grupo de Pesquisa GEOSUS - Geotecnologias, meio ambiente e sustentabilidade (UFSCar) junto ao CNPq.

Adriana Maria Zalla Catojo, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (1984), Mestrado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1994) e Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1999). Atualmente é professora associada da Universidade Federal de São Carlos campus São Carlos. Tem experiência nas áreas de Gestão Ambiental e Ecologia, com ênfase em Conservação de Biodiversidade, atuando principalmente nos seguintes temas: Unidades de Conservação; Áreas Naturais Protegidas (Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais Averbadas); Caracterização e Planejamento Ambiental; Planejamento e Conservação dos Recursos Naturais; Conservação da Biodiversidade; Geotecnologias (Sistemas de Informações Geográficas e Sensoriamento Remoto). Membro integrante dos Grupos de Pesquisa Sustenta - Sustentabilidade e Gestão Ambiental e GEOSUS - Geotecnologias, meio ambiente e sustentabilidade (UFSCar) junto ao CNPq. Atua como consultora ah hoc da Fundação O Boticário para a Conservação da Natureza.

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Publicado

2020-09-03

Como Citar

Abreu, E. L., Saquy, S. D., Fernandes, P. H. de G., Jesus, S. C. de, & Catojo, A. M. Z. (2020). O processo de expansão urbana e seus impactos na Estação Ecológica de Ribeirão Preto, SP. Ciência E Natura, 42, e43. https://doi.org/10.5902/2179460X40783

Edição

Seção

40 ANOS - Edição especial de aniversário