Violência contra a mulher em Curuzú La Novia, de Josefina Plá, e “A Parasita Azul”, de Machado de Assis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X69746

Palavras-chave:

Literatura paraguaia, Machado de Assis, Violência contra a mulher, Objetificação, Josefina Plá

Resumo

Esta breve investigação debruça-se sobre a temática da violência contra a mulher tal como percebida e representada nos contos Curuzú la novia (1958), de Josefina Plá, e “A Parasita Azul” (1873), de Machado de Assis. Partindo da análise da estrutura desses contos, tendo por escopo teórico os estudos de Moisés (2006), Reis (2018) e Coelho (2021), por meio da comparação entre uma obra da literatura paraguaia do século XX e uma de origem brasileira do século XIX, e tendo em mente que a situação de violência de gênero permanece como uma realidade atual, é possível perceber no narrador e nas personagens indícios de violência. Se, por um lado, a estrutura machadiana permite que o conto desague na ironia que o caracteriza, Josefina Plá, com seu projeto estético fulcrado no feminino – em solo paraguaio –, redunda na opção pelo trágico (ARISTÓTELES, 1993), considerando especialmente a objetificação do corpo da mulher, conforme destacado por Kilomba (2019).

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Biografia do Autor

Rosana Cristina Zanelatto Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Professora titular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Luiz Roberto Lins Almeida, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Assessor do MP - RS. Mestrando em Estudos de Linguagens - PPGEL- UFMS.

Referências

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Publicado

2022-10-11

Como Citar

Santos, R. C. Z., & Almeida, L. R. L. . (2022). Violência contra a mulher em Curuzú La Novia, de Josefina Plá, e “A Parasita Azul”, de Machado de Assis. Literatura E Autoritarismo, (26), 29–42. https://doi.org/10.5902/1679849X69746

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