https://periodicos.ufsm.br/LA/issue/feedLiteratura e Autoritarismo2022-06-10T00:00:00-03:00Rosani Ketzer Umbachrosani.umbach@ufsm.brOpen Journal Systems<p style="text-align: justify;">A Revista <strong>Literatura e Autoritarismo </strong>é um periódico semestral publicado desde 2003. Está vinculado às atividades do Grupo de Pesquisa CNPq Literatura e Autoritarismo e ao Programa de Pós-Graduação em Letras. Tem o objetivo de promover o debate e a discussão de questões como violência, autoritarismo, violação de direitos humanos, exclusão e preconceito racial e sexual no âmbito da produção cultural, especialmente a literária, adotando uma perspectiva interdisciplinar com outras áreas do conhecimento que possibilitem o aprofundamento e a reflexão sobre essas temáticas. Para atender a esse propósito, publica, em português, espanhol, inglês ou alemão, textos teóricos, artigos, ensaios, entrevistas e resenhas – sempre de material inédito e com autoria de pelo menos um pesquisador com titulação de doutor – em que tais assuntos apareçam em obras literárias e em outras produções culturais, tais como letras de músicas, filmes, fotografias, pinturas. Está registrado em vários indexadores internacionais como DOAJ, JCR, WOS, PKP, entre outros.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>eISSN 1679-849X | Qualis/CAPES (2017-2020) = A4</strong></p>https://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/67634As marcas da resistência na literatura de testemunho em Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis2021-11-05T00:01:16-03:00César Alessandro Sagrillo Figueiredocesarpolitika@gmail.com<p>O período da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) gerou severos traumas a cultura política do país, mas após a Anistia, em 1979, começaram a abundar na seara literária diversos livros que tratavam sobre o período da luta armada (1968-1975), sobretudo escritos por ex-guerrilheiros, transformando-se em campões de vendagem no período. Este artigo possui como objetivo principal examinar a construção da memória de resistência e seus usos através das fontes da Literatura do Testemunho contidas nas obras de Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis, respectivamente com os livros, <em>O que é isso companheiro</em> (1982) e <em>Os carbonários: memórias da Guerrilha Perdida</em> (2014). Para efeitos metodológicos, tratar-se-á de um trabalho qualitativo, a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema; igualmente, realizaremos análise de conteúdo do <em>corpus</em> dessas obras. Como resultado de pesquisa, concluímos que a Literatura do Testemunho serviu de elemento fiador da memória dos autores e como expressão de resistência.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/64853Notas sobre a relação entre ficção e história em K. Relato de uma busca2021-08-11T08:51:38-03:00Jessica Sabrina de Oliveira Menezesjessica.evora@gmail.comKarine da Rocha Oliveirakarine.oliveira@ufpe.br<p>O presente estudo procura refletir acerca da relação entre narrativa ficcional e história em <em>K.: Relato de uma busca</em>, de Bernardo Kucinski. Nossa perspectiva será refletir acerca do modo como o enredo e a forma de organização da narrativa contribuem para pensar a relação entre romance e história; esta como um discurso não-linear, não objetivo e elaborado a partir de um lugar. Para isso, dentre outros escritos, contribuirão as reflexões de Michel de Certeau (1982) sobre a operação historiográfica e as de Peter Burke (1992) acerca da nova história frente o paradigma tradicional de escrita da História, ao lado das análises elaboradas por Seymour Menton (1993) sobre o Novo Romance Histórico da América Latina.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/63982A lírica encarcerada – A poesia testemunhal de Alex Polari2022-03-08T10:46:56-03:00Luan Piauhylpmoura@uesc.brCristiano Augusto Da Silvacasilva@uesc.br<p>O presente artigo apresenta e discute criticamente aspectos dos escritos e poemas nas obras <em>Inventário de cicatrizes </em>(1978) e <em>Camarim de prisioneiro</em> (1980), de Alex Polari de Alverga, pela perspectiva da literatura de testemunho. Para tanto, selecionamos um corpus de poemas que representam, na temática e na forma, tensões sociais e históricas a partir da experiência traumática de um sobrevivente da ditadura civil-miliar brasileira (1964-1985). Como diz o próprio autor em carta sua poesia é um “vômito” de quem sobreviveu a um contexto repressivo, o qual lhe exigiu novos meios configurativos diante dos impactos da tortura. Trata-se, nesse sentido, de uma produção que busca a aproximação com a sociedade de modo a lutar contra o apagamento da violência imposta pelo regime ditatorial em questão. Para tanto, utilizaremos como apoio teórico, principalmente, Benjamin e Frantz Fanon para o debate relativo à violência e Ginzburg, Salgueiro e Seligmann para a compreensão da representação e literatura de testemunho.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/65926Interpretação da teoria “A espiral do silêncio” de Noelle-Neumann na obra El Sanatorio de Nuria Amat2021-06-30T19:15:21-03:00Wisem Mahiwisem.mahi@univ-tlemcen.dz<p>Com o presente artigo, apresentamos a obra de Nuria Amat <em>El Sanatorio</em> escrita em 2016, destacada pela coragem em desafiar a ordem política vigente na Catalunha; o separatismo apoiado em metade dos catalães, quer forjar seu caminho independente da Espanha como República catalã. Este trabalho pretende mostrar como reagem os calados, a maioria silenciosa contrária ao independentismo catalão face às pessoas que detêm o poder, neste caso os separatistas catalães. Assim, perguntamo-nos: acaso os calados do Sanatório são maioria silenciosa ou núcleo duro? Também, até que ponto Amat interpretou as duas partes conflitantes. Na metodologia que desenvolvemos aplica-se a diferenciação entre o termo "nós", os calados, entre eles a escritora, e "eles", os dominadores, neste caso os líderes do independentismo na Catalunha. Trata-se também de saber que papel desempenham os meios de comunicação social na gestão da opinião pública.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/66380Manifestações de subversão ao poder em Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, a partir dos estudos de Michel Foucault2022-03-20T21:02:48-03:00Ananda Maisa Coelho Souzaanandacoelho02@gmail.comAndrei Santos de Moraisandrei.morais@ufopa.edu.br<p>O objetivo deste artigo é investigar a manifestação de subversão ao poder no romance <em>Lavoura Arcaica, de </em>Raduan Nassar<em>,</em> em um comparativo com os estudos do filósofo Michel Foucault, em <em>História da Sexualidade</em>. Promovendo um diálogo entre a teoria e a literatura, é proposto mostrar a subversão que pode ocorrer no interior dos discursos das personagens, bem como na sexualidade, que se apresenta como mecanismo de subversão ao poder no romance. Ao fim deste, concluímos que a subversão é uma extensão do poder, que, por sua vez, caminha ao lado da sexualidade, mantendo um jogo sutil de recusas e autorizações.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/63959A ficção científica distópica de Primo Levi e o novo coronavírus: o vício de forma da tecnologia2021-09-08T18:39:17-03:00Aislan Camargo Macieraaislan@usp.brLuciana Massiluciana.massi@unesp.brCarlos Sérgio Leonardo Júniorcarlos.leonardo@unesp.br<p>A pandemia do novo coronavírus tornou corrente a ideia de que estamos vivendo uma distopia. Instigados por essa ideia, exploramos neste ensaio o potencial de textos de ficção científica distópica para tensionar a noção de verdade científica ao omitir informações e gerar incertezas sobre a realidade, envolvendo artefatos tecnológicos que condicionam as possibilidades de vida e sociabilidade, como na novela A máquina parou de E. M. Forster. A partir do conto “Proteção” da obra Vício de forma de Primo Levi — judeu, químico e sobrevivente da Shoá —, discutimos sua percepção de ciência e estabelecemos um paralelo com nosso contexto abordando a tecnologia como cerceamento da liberdade e da verdade e como ampliação que limita a vida humana. Esperamos que esse ensaio contribua para que esse subgênero literário siga cumprindo o papel de nos alertar para os perigos iminentes da nossa sociedade.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/67827Como as distopias nascem? Literatura distópica contemporânea e a política brasileira2021-09-26T09:38:29-03:00Maíra Soalheiro Grademaasoalheiro@hotmail.comAntonio Rediver Guizzoantonioredguizzo@gmail.com<p>Neste artigo, propomos um breve passeio por um pequeno excerto da literatura distópica contemporânea, a partir do qual estabelecemos pontos de contato entre o contexto político atual, em que repetidamente presenciamos a assunção ao poder de candidatos de extrema direita ou extrema esquerda que, semelhantemente, legitimam diferentes formas de violência contra opositores e posicionamentos ideológicos divergentes, no que tange às crises democráticas, ao recrudescimento do capitalismo liberal e à exceção como técnica de governo, e obras como Cadáver Exquisito (2017) de Agustina Bazterrica, Nación Vacuna (2017) de Fernanda Garcia Lao, The Handmaid's Tale (1985) de Margaret Atwood e Soumission (2015) de Michel Houellebecq.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/67382A linguagem como (des)construção do sujeito: uma análise sobre intolerância e repressão nos contos "Terça-feira gorda" e "Aqueles dois", de Caio Fernando Abreu2021-08-25T14:57:51-03:00Marina Silveira de Deusmarinasilveirad@gmail.comMarcelo Lachatmarcelo.lachat@unifesp.br<p>Este artigo discute a temática da intolerância e da repressão, no que concerne à sexualidade e à subjetividade, nos contos <em>Terça-feira gorda</em> e <em>Aqueles dois</em>, da obra <em>Morangos Mofados</em>, de Caio Fernando Abreu. Como fundamentos teóricos para essa discussão, recorre-se, sobretudo, aos trabalhos de Michel Foucault (1988, 2010), Judith Butler (2003), Stuart Hall (2006), Sara Salih (2013), Heloísa Buarque de Holanda (1982) e Bruno Souza Leal (2002). Desse modo, investiga-se em que medida a linguagem, enquanto um mecanismo de (des)construção, contribui para a estrutura de repressão sexual e subjetiva, sendo capaz de (des)construir o próprio sujeito.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/68547O ódio e suas reverberações: um questionamento para os estudos literários2021-11-21T22:38:35-03:00Dionei Mathiasdioneimathias@gmail.com<p>Este artigo tem como objetivo discutir o fenômeno do ódio e suas reverberações, buscando traçar alguns parâmetros teóricos para sua discussão nos estudos literários. O artigo está dividido em duas partes: a primeira discute algumas dimensões teóricas que podem nortear questionamentos interessados na representação ficcional do ódio, tentando identificar motivações e materializações no espaço sociocultural; a segunda busca ilustrar seus potenciais com base na discussão do romance <em>Ohnehin</em> de Doron Rabinovici. Ambientado na Áustria, o romance encena o encontro de diferentes agrupamentos sociais e dos conflitos que emergem desse encontro, problematizando as formas de materialização do ódio. O artigo conclui com algumas propostas de análise dentro do escopo das literaturas nacionais e da metodologia comparatista.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/63956Educação pós-Auschwitz: implicações de um texto clássico2021-05-24T23:34:53-03:00José D'Assunção Barrosjose.d.assun@globomail.com<p>Um dos mais célebres textos sobre os riscos da presença do fascismo nas sociedades contemporâneas foi o célebre <em>Educação Pós-Auschwitz</em> – inicialmente proferido por Theodor Adorno como palestra, em 18 de abril de 1965, e pouco depois publicado como artigo em Frankfurt (1967). Este texto recoloca o conceito de fascismo em uma nova escala, afastando-se da conceituação histórica do fascismo mas permitindo avançar em uma compreensão sobre a permanência de comportamentos que podem ser ditos como fascistas nas sociedades contemporâneas. Neste artigo, pretendemos revisitar essa discussão lançada por Adorno, a partir deste texto clássico, cotejando-o eventualmente com outros textos e acrescentando exemplos históricos posteriores a ele, como o massacre de tutsis em Ruanda, em 1994. Nos tempos atuais, em que os comportamentos fascistas parecem aflorar em muitos momentos, a rediscussão deste texto clássico sobre o fascismo mostra-se oportuna.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismohttps://periodicos.ufsm.br/LA/article/view/70642Resistência à espiral da distopia e do ódio2022-06-09T23:15:57-03:00João Luis Pereira Ouriquejlourique@yahoo.com.brLizandro Carlos Calegarilizandro.calegari@yahoo.com.brRosani Úrsula Ketzer Umbachrosani.umbach@ufsm.br<p>O mundo hiperconectado e globalizado não está imune ao trânsito do autoritarismo, se utilizando dos próprios mecanismos da liberdade para corroer as estruturas democráticas, se apropriando das demandas por igualdade para justificar políticas de ódio e segregação. Resistir é cada vez mais necessário, mas começando por resistir exatamente ao que Theodor Adorno definiu como a roda-viva que teima em mirar o peito dos homens, que busca exatamente a contradição para manter a espiral de violência como única lógica possível para a ideia de civilização que foi construída.</p>2022-06-10T00:00:00-03:00Copyright (c) 2022 Literatura e Autoritarismo