Os limites retórico-teológicos no Sermão Vigésimo Sétimo, o terceiro da série Maria, rosa mística, de António Vieira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X75400

Palavras-chave:

Retórica, Igreja Católica, Escravidão, António Vieira, Literatura Portuguesa

Resumo

O objetivo deste artigo é, com base na Retórica antiga/aristotélica, estabelecer os argumentos retórico-teológicos utilizados por António Vieira no Sermão Vigésimo Sétimo, com o Santíssimo Sacramento exposto, proferido em 1633 para uma irmandade de negros devotos de Nossa Senhora do Rosário, demonstrando que subjazem em seu discurso representações do absoluto e de entidades impessoais, frutos de modelos de seu tempo e unidas simbioticamente por uma série de leis e costumes. Essas entidades são o Estado português e a Igreja Católica. O sermão foi o meio de Vieira articular o sagrado ao secular, não desmerecendo nem Deus, seu Senhor, nem as autoridades portuguesas, seus senhores terrenos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosana Cristina Zanelatto Santos, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - Campo Grande

Doutora em Letras pela USP. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Presidente da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa (ABRAPLIP) – biênio 2012-2013

Referências

AGOSTINHO, Santo. A cidade de Deus - contra os pagãos. 2. ed. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Federação Agostiniana Brasileira, 1990. (Parte II).

AGOSTINHO, Santo. O livre-arbítrio. Trad. de Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Paulus, 1995.

ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companha Editora Nacional, 1966.

ARISTÓTELES. A política. Trad. de Mário da Gama Kury. Brasília: EDUNB, 1988.

ARISTÓTELES. Arte Retórica. Trad. de António Pinto de Carvalho. Rio de Janeiro: Tecnoprint, [s.d.].

AZEVEDO, Thales de. Igreja e Estado em tensão e crise. São Paulo: Ática, 1978.

BENCI, Jorge. Economia cristã dos senhores no governo dos escravos. São Paulo: Grijalbo, 1977.

BÍBLIA SAGRADA. Trad. de João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1956.

DE CERTEAU, Michel. A escrita da história. Trad. de Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.

HANSEN, João Adolfo. O profeta da luz. Folha de S. Paulo, 13 jul. 1997, p. 6. Caderno Mais!

HOORNAERT, Eduardo. História da Igreja no Brasil. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1983. Tomo II/1.

LAUSBERG, Heinrich. Elementos de retórica literária. Trad. de R. M. Rosado Fernandes. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993.

MALHEIRO, Perdigão. A escravidão no Brasil. Ensaio histórico, jurídico, social. Petrópolis, RJ: Vozes, 1976. Vol. I e II.

ORLANDI, Eni Pulcinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 2. ed. Campinas: Pontes, 1987.

PÉCORA, Alcir. Teatro do Sacramento: a unidade teológico-retórico-políticados Sermões de Antonio Vieira. São Paulo: EDUSP; Campinas: Ed. da Unicamp, 1994.

SARAIVA, António José. O discurso engenhoso. São Paulo: Perspectiva, 1980.

VIEIRA, António. Sermões: problemas sociais e políticos do Brasil. Org. Antonio Soares Amora. São Paulo: Cultrix; Brasília: INL, 1975.

Downloads

Publicado

2012-10-22

Como Citar

Santos, R. C. Z. (2012). Os limites retórico-teológicos no Sermão Vigésimo Sétimo, o terceiro da série Maria, rosa mística, de António Vieira. Literatura E Autoritarismo, (11), 4–18. https://doi.org/10.5902/1679849X75400

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)