A censura literária no Brasil e as restrições impostas a Feliz Ano Novo

Auteurs

  • Fagner Costa Silva Centro Universitário de Ciências Humanas e Sociais (UNIAGES)/ Universidade do Sudoeste da Bahia
  • José Alves Dias Departamento de História / Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade (PPGMLS) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia https://orcid.org/0000-0003-2236-9354

DOI :

https://doi.org/10.5902/1679849X68572

Mots-clés :

Estado, Anticomunismo, Rubem Fonseca, Feliz Ano Novo, Mistificação da realidade

Résumé

No século XX, a censura foi um projeto de frações da classe dominante para mistificar a realidade, impedindo que grupos divergentes contribuíssem na construção do Estado brasileiro. Esta proposta foi aceita e legitimada pelas sucessivas cartas magnas. Somente em 1988, os instrumentos restritivos sobre os crimes de opinião foram retirados, revelando o quanto a República no Brasil foi repressora. O caso da censura do livro Feliz ano novo, escrito por Rubem Fonseca, é emblemático para que se possa compreender a construção do sentimento anticomunista que se amparava na ideia de moral, tendo em vista tratar-se de um autor alinhado ao regime ditatorial de 1964, e que foi, posteriormente, acusado de subverter os mesmos princípios que combateu e imputado como destruidor dos valores tradicionais da sociedade contemporânea.

 

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Bibliographies de l'auteur

Fagner Costa Silva, Centro Universitário de Ciências Humanas e Sociais (UNIAGES)/ Universidade do Sudoeste da Bahia

Doutorando em Memória: Linguagem e Sociedade (UESB).

José Alves Dias, Departamento de História / Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade (PPGMLS) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutor em História Social pela UFRJ (2009).

Références

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SILVA, Deonísio da. O caso Rubem Fonseca: violência e erotismo em Feliz Ano Novo. São Paulo: Alfa-Ômega, 1983.

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Publiée

2023-04-01

Comment citer

Silva, F. C., & Dias, J. A. (2023). A censura literária no Brasil e as restrições impostas a Feliz Ano Novo. Literatura E Autoritarismo, (40), 31–42. https://doi.org/10.5902/1679849X68572