ACESSO À ÁGUA POTÁVEL COMO DIREITO FUNDAMENTAL DO SER HUMANO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1981369441681

Palavras-chave:

água, commodity, direitos humanos, vida.

Resumo

A água sempre teve valor fundamental para o ser humano. No final do século XX, especialmente a água potável passou a ser cobiçada pela iniciativa privada, mediante sua exploração por empresas de abastecimento e por aquelas que atuam no ramo de engarrafamento, adquirindo, assim, a condição de commodity, em detrimento de sua importância enquanto direito fundamental do ser humano.  O objetivo deste artigo é discutir os aspectos envolvidos na perspectiva de que o acesso digno à água potável consagra o respeito aos direitos humanos nas diversas partes do mundo, em contraposição à atuação das empresas que a utilizam enquanto commodity para auferir lucro. A metodologia utilizada neste trabalho se fundamenta no método dedutivo referenciado em pesquisa bibliográfica mediante artigos, leis, deliberações da Organização das Nações Unidas (ONU), baseado na premissa de que se deve proporcionar o acesso amplo de água potável às pessoas, independente de condições econômicas e comerciais. Nesse sentido, o resultado alcançado pelo estudo demonstra que o controle da água potável por gerenciamento comunitário é o meio mais viável para assegurar seu acesso às pessoas com qualidade e com menores custos, tornando-se assim sua distribuição coerente com os princípios dos direitos humanos.

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Biografia do Autor

David Augusto Fernandes, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)

Pós-doutor em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra/Portugal (2016-2017), Doutor em Direito (2009-2011), Mestre em Direito (2003-2004). Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor do Corpo Docente permanente do curso de Pós Graduação Lato Sensu Residência Jurídica em Resolução de Conflitos (ICM/UFF). Professor Adjunto de Direito Processual Penal da Universidade Federal Fluminense, atuando no Departamento de Direito do Instituto de Ciências da Sociedade de Macaé. Coordenador de Monitoria do Departamento de Direito de Macaé ? MDI (de 2016 até os dias atuais). Membro titular do Colegiado do Curso de Direito (2017 até os dias atuais). Autor de vários livros, capítulos de livros e artigos em revistas especializadas. Cadastrado no CNPQ como líder de pesquisa, sendo que a mesma é direcionada ao Direito Processual Penal, Direitos Fundamentais e Direitos Humanos. Parecerista ad hoc em revistas especializadas.

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Publicado

17-12-2023

Como Citar

Fernandes, D. A. (2023). ACESSO À ÁGUA POTÁVEL COMO DIREITO FUNDAMENTAL DO SER HUMANO. Revista Eletrônica Do Curso De Direito Da UFSM, 18(2), e41681 . https://doi.org/10.5902/1981369441681