Pessimismo e política: conservadorismo e crítica social a partir de Schopenhauer

Autores

  • Flamarion Caldeira Ramos Universidade Federal do ABC, Santo André, SP.

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378636052

Palavras-chave:

Pessimismo, Política, Conservadorismo, História, Solidariedade

Resumo

A relação entre política e pessimismo, ou mais precisamente, entre a possibilidade de mudança social e política, por um lado, e a rejeição metafísica dessa mesma possibilidade, por outro, tem sido marcante na recepção da filosofia de Schopenhauer desde o século dezenove. Por um lado, uma vasta gama de autores mobilizará argumentos pessimistas que ou coincidem ou se inspiram em Schopenhauer para defender uma perspectiva imobilista e conservadora da política e, por outro, vários autores se valerão de argumentos presentes na filosofia de Schopenhauer como uma denúncia das condições de iniquidade e injustiça da vida nas sociedades modernas capitalistas. Por essa razão, é possível de fato destacar tanto uma “direita schopenhaueriana” quanto uma “esquerda schopenhaueriana”. No presente artigo procurarei apresentar um quadro geral da recepção da filosofia de Schopenhauer no que diz respeito ao ideário propriamente político, partindo de uma análise do vínculo entre seu pessimismo e sua filosofia política e desembocando nos diversos usos do pessimismo feitos para justificar as mais diversas posições políticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flamarion Caldeira Ramos, Universidade Federal do ABC, Santo André, SP.

Professor da Universidade Federal do ABC. Coordenador do GT Schopenhauer da ANPOF.

Referências

BARBOZA, Jair. “Sabedoria de vida e práxis em Schopenhauer ou sobre uma possível “esquerda” schopenhaueriana”. In: Filosofia alemã de Kant a Hegel. Organização de Marcelo Carvalho e Vinicius Figueiredo. São Paulo: ANPOF, 2013.

BRANN, Henry Walter. Schopenhauer und das Judentum. Bonn: Bouvier Verlag, 1975.

CATTANEO, Mario. “Das Problem des Strafrechts im Denken Schopenhauers”, In: Schopenhauer Jahrbuch, n. 67, 1986, pp. 95-112.

CATTANEO, Mario. “Schopenhauers Kritik der Kantischen Rechtslehre” In: Schopenhauer Jahrbuch, nº 69, 1988, pp. 399-407.

COLIN, René-Pierre. Schopenhauer en France. Un mythe naturaliste. Lyon: Presses universitaires de Lyon, 1979, p. 128. Apud. COMPAGNON, A. Os antimodernos: De Joseph de Maistre a Roland Barthes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011.

COMPAGNON, Antoine. Os antimodernos: De Joseph de Maistre a Roland Barthes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011.

EBELING, H. e LÜTKHAUS, L. (orgs.), Schopenhauer und Marx: Philosophie des Elends, Elend der Philosophie? Königstein, Hain, 1980.

HAMLYN, D.W. “Eternal Justice”. In: Schopenhauer Jahrbuch, nº 69, 1988, pp. 281-288.

HORKHEIMER, Max. Materialismo e Metafísica. In: Teoria Crítica I, Trad. de Hilde Cohn, São Paulo: Perspectiva, 2006.

HORKHEIMER, Max. “Schopenhauer und die Gesellschaft”, In: Schopenhauer Jahrbuch no 36, Frankurt am Main, 1955, pp. 49-57.

HORKHEIMER, Max. “Die Aktualität Schopenhauers”, In: Schopenhauer Jahrbuch, no 42, Frankurt am Main, pp. 12-25, 1961.

KROON, Annette Godart-van der. “Schopenhauer’s Theory of Justice and its Implication to Natural Law”. In: Schopenhauer Jahrbuch, nº 84, 2003, pp. 121-145.

KÜPPER, Georg. “Der Begriff des Unrechts bei Schopenhauer”. In: Schopenhauer Jahrbuch, nº 74, 1993, pp. 103-114.

LOSURDO, Domenico. Nietzsche: o rebelde aristocrata: biografia intelectual e balanço crítico. Trad. Jaime A. Clasen. Rio de Janeiro: Revan, 2009.

LÖWITH, Karl. De Hegel à Nietzsche. Gallimard, Paris, 1969.

LUKÁCS, Georg. Schopenhauer. In: EBELING, H.; LÜTKHAUS, L. (orgs.) Schopenhauer und Marx: Philosophie des Elends, Elend der Philosophie? Königstein: Hain, 1980.

LUKÁCS, Georg. El Asalto a la Razón. Trad. de Wenceslao Roces. Barcelona, Grijalbo, 1976.

LUKÁCS, Georg. História e Consciência de classe. Trad. de Rodnei Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

LÜTKEHAUS, Ludger. Einleitung II: Pessimismus und Praxis. Umrisse einer kritischen Philosophie des Elends. In: EBELING, H.; LÜTKEHAUS, L (Orgs.). Schopenhauer und Marx: Philosophie des Elends - Elend der Philosophie?. Königstein/Ts.: Hain, 1980, pp. 23-39.

LÜTKEHAUS, Ludger. „Esiste una sinistra schopenhaueriana? Ovvero: il pessimismo è un quietismo?” In: FAZIO, D.; KOßLER, M.; LÜTKEHAUS, L. (Orgs.). Arthur Schopenhauer e la sua scuola: Lecce: Pensa Multimedia, 2007.

MAINLÄNDER, Phillip. Philosophie der Erlösung. In: ______. Schriften, org. por Winfried Müller-Seyfarth, Hildesheim, Zürich, New York, Olms Verlag, 4 vols, 1996.

MÜNKLER, Herfried. “Ein janusköpfiger Konservatismus: Arthur Schopenhauers politische Ideen”. In: Spierling, V. (org). Schopenhauer im Denken der Gegenwart. Munique: Piper, 1987, pp. 217-237.

PAUEN, Michael. Pessimismus: Geschichtsphilosophie, Metaphysik und Moderne von Nietzsche bis Spengler. Akademie Verlag, Berlin, 1997.

POST, W. Kritische Theorie und metaphysischer Pessimismus. Zum Spätwerk Max Horkheimers. München: Kösel Verlag, 1971.

ROSSET, Clément. Schopenhauer, Philosophe de L’absurde. Paris: PUF, 1967.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sämtliche Werke. Editadas e comentadas criticamente por Arthur Hübscher, Wiesbaden, F. A. Brockhaus, 7 vols, 1972.

SCHOPENHAUER, Arthur. Parerga und Paralipomena. Zurique: Haffmans, 2 vols, 1988.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre o Fundamento da Moral. Tradução de Maria Lúcia Cacciola, São Paulo, Martins Fontes, 1995.

SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre a ética. (Capítulos 8 – 15 de Parerga e Paralipomena de Arthur Schopenhauer). Organização e tradução de Flamarion C. Ramos. São Paulo: Hedra, 2012.

SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e como Representação. Primeiro tomo. Tradução de Jair Barboza. 2ª. edição, São Paulo: Unesp, 2015a.

SCHOPENHAUER, Arthur. O Mundo como Vontade e como Representação. Segundo tomo: Suplementos aos quatro livros do primeiro tomo Tradução de Jair Barboza. São Paulo: Unesp, 2015b.

Downloads

Publicado

2018-12-24

Como Citar

Ramos, F. C. (2018). Pessimismo e política: conservadorismo e crítica social a partir de Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 9(2), 35–53. https://doi.org/10.5902/2179378636052