Na perspectiva de Schopenhauer, pode o aborto ser considerado injusto?

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.5902/2179378688225

Mots-clés :

Aborto, Corpo, Injustiça, Natureza

Résumé

O papel do corpo na filosofia schopenhaueriana é fundamental para a compreensão da vontade. Para Schopenhauer, o corpo é a vontade tornada visível via objetidade da vontade: isso é tão importante que se trata da verdade filosófica por excelência (κατ’ ἐξοϰἡν), conforme as palavras do próprio filósofo. Sendo assim, a pergunta que se quer responder é a seguinte: como Schopenhauer entenderia o corpo do feto humano em relação ao aborto? Para tal, este artigo pretende expor as diferentes formas de concepção de gravidez na intenção de refletir sobre a violação da vontade alheia à luz da concepção de injustiça de Schopenhauer (§ 62 de O mundo). Também serão feitas outras considerações levando em conta a sexta rubrica de injustiça, exposta exclusivamente nas preleções berlinenses, isto é, aquela que diz respeito à violação das obrigações derivadas das relações sexuais.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Antonio Alves Pereira Junior, Universidade Estadual de Londrina

Doutorando em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina.

Références

ALVES, A. Sobre a liberdade intelectual em Schopenhauer. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Londrina, 2023.

ALVES, A. Ensaio sobre o estoicismo e a razão prática em Schopenhauer. Revista Paranaense de Filosofia. v. 4, n. 1, p. 01 – 21, Jan./Jun., 2024.

ASSIS, M. de. A semana. Obras completas de Machado de Assis. 2º Volume (1894-1895). São Paulo: Editora Mérito, 1959.

BRANDÃO, E. A concepção de matéria na obra de Schopenhauer. São Paulo: Humanitas, 2008.

BARBOZA, J. Nota em: Metafísica da natureza. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora Unesp, 2023.

CARDOSO, R. A ideia de justiça em Schopenhauer. Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2008.

CARTWRIGHT, D. Historical Dictionary of Schopenhauer’s Philosophy. Toronto: The Scarecrow Press, 2005.

CARTWRIGHT, D. Schopenhauer: a biography. USA: Cambrigde University Press, 2010.

CHAVES, F. A.; WOLFFENBÜTTEL, Cristina Rolim. Cantando para o bebê antes de seu nascimento: relatos de mães sobre suas práticas

musicais na gestação. Revista da FUNDARTE, [S. l.], v. 56, n. 56, p. 1–28, 2023.

DARWIN, C. A expressão das emoções nos homens e nos animais. Prefácio de Konrad Lorenz. Trad. Leon de Souza Lobo Garcia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

DURANTE, F. Entre heresias e atualidades de Arthur Schopenhauer. Campinas, SP: Editora Phi, 2022.

FRIAS, L. O argumento do valor intrínseco da vida humana contra a morte de embriões humanos. Revista Ethic@. Florianópolis, v. 11, n. 3, p. 239-259. Dez. 2012.

FRIAS, L. O que há de errado com o argumento da potencialidade? Revista ACTIO, nº 15, maio, 2013.

GREER, G. Sexo e destino: a política da fertilidade humana. Trad. Alfredo Barcelos. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.

HOLBACH, B. de. Sistema da natureza ou das leis do mundo físico e do mundo moral. Trad. Regine Schöpke e Mauro Baladi. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

KÜPPER, V. G. Der Begriff des Unrechts bei Schopenhauer. Em: Schopenhauer-Jahrbuch, edição número 74, p. 103-114, 1993.

MARCIN, R. In search of Schopenhauer’s cat: Arthur Schopenhauer Quantum-Mystical Theory of Justice. The Catholic University of America Press: Washington D.C, 2006.

MOORE, K. Embriologia clínica. Keith L. Moore, T. V. N. Persaud; com a colaboração de Mark G. Torchia. Tradução de Andréa Monte Alto Costa, et al. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

PRADO, D. O que é aborto. São Paulo: Abril Cultural: Brasiliense, 1985.

RAMOS, F. C. A teoria da justiça de Schopenhauer. Revista ethic@. Florianópolis, v. 11, n. 2, p. 173-185, julho de 2012.

SAFRANSKI, R. Schopenhauer e os anos mais selvagens da filosofia. Tradução de William Lagos. São Paulo: Geração Editorial, 2011.

SCHOPENHAUER, A. Aforismos para sabedoria de vida. Tradução, notas e prefácio de Jair Barboza; revisão de Karina Jannini. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

SCHOPENHAUER, A. Metafísica da natureza. Trad. Jair Barboza. São Paulo: Editora Unesp, 2023.

SCHOPENHAUER, A. Metafísica dos costumes. Trad. Eli Vagner Francisco Rodrigues. São Paulo: Editora Unesp, 2024.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. Tomo I, 2ª edição revisada, tradução de Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2015.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. Tomo II, tradução de Jair Barboza. São Paulo: UNESP, 2015.

SCHOPENHAUER, A. Sobre a liberdade da vontade. Apresentação de Oswaldo Giacoia Junior. Tradução Lucas Lazarini Valente e Eli Vagner Francisco Rodrigues. São Paulo: Editora Unesp, 2021.

SCHOPENHAUER, A. Sobre a quadrúplice raiz do princípio de razão suficiente. Tradução de Oswaldo Giacoia Jr. e Gabriel Valladão Silva. São Paulo: Unicamp, 2019.

SCHOPENHAUER, A. Sobre a vontade na natureza. Tradução de Gabriel Valladão Silva. Porto Alegre: LP&M POCKET, 2018.

SCHOPENHAUER, A. Vorlesung über Die gesamte Philosophie Band 2: Metaphysik der Natur. Meiner: Hamburg, 2019.

THOMSON, J. A defense of abortion. Philosophy and Public Affairs. Volume 1, p. 47–66, 1971.

WELCH, G.; PRETI, C.; HAMOND, L. O canto como comunicação interpessoal e intrapessoal. Orfeu, Florianópolis, v. 3, n. 1, p. 197–229, 2018.

Publiée

2024-10-30

Comment citer

Pereira Junior, A. A. (2024). Na perspectiva de Schopenhauer, pode o aborto ser considerado injusto?. Voluntas: International Journal of Philosophy, 15(1), e88225. https://doi.org/10.5902/2179378688225

Numéro

Rubrique

Études Schopenhaueriennes