A educação na justiça como equidade de Rawls: uma posição de centralidade ou de marginalidade?

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.5902/2179378667907

Mots-clés :

Educação, Justiça, John Rawls

Résumé

Este artigo tem por objetivo investigar a posição que a educação ocupa na teoria da justiça como equidade de John Rawls. Para tanto, analisar-se-ão os principais aspectos referentes ao tema presentes nas seguintes obras do autor: Uma Teoria da Justiça, O Liberalismo Político e Justiça como equidade: uma reformulação. O papel desempenhado pela educação sofre alterações consideráveis ao longo do desenvolvimento dessas obras. Primeiro, percebe-se uma preocupação de Rawls com uma forma de educação mais direcionada à formação moral e a sua relação com o conceito de autonomia e a constituição de um senso de justiça. Em seguida, nota-se que o lugar ocupado pela educação é redirecionado para uma forma política e cívica, focada no exercício da cidadania frente ao pluralismo e à diversidade característicos das sociedades democráticas atuais. Neste texto, o intuito principal é ressaltar que a educação ocupou um papel secundário e marginal em todas as obras analisadas, salientando que, muito embora o papel da educação seja fundamental na promoção de sociedades justas, ele não é reconhecido em plenitude pelo autor em questão. Ao fim, uma alternativa será apresentada: devido à centralidade da educação para a constituição de sociedades democráticas justas, ela deve estar situada no cerne da estrutura básica, como uma instituição social e uma exigência própria da justiça.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Everton Mendes Francelino, Université fédérale du minas gerais

Possui Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ e Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia - UFBA, na linha de pesquisa Filosofia e Teoria Social. Atualmente é doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, na linha de pesquisa Ética e Filosofia Política. Pesquisa temas relacionados à Ética, Filosofia Política, Teorias da Justiça e Ações Afirmativas, com enfoque nas teorias de John Rawls, Amartya Sen e Martha Nussbaum.

Références

GOMES, J. B. Ação afirmativa e princípio constitucional da igualdade. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

NUSSBAUM, M. Fronteiras da Justiça: deficiência, nacionalidade, pertencimento à espécie. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

NUSSBAUM, M. Sem fins lucrativos: por que a democracia precisa das humanidades. São Paulo: Martins Fontes, 2015.

RAWLS, J. A Theory of Justice (Revised Edition). Cambridge: Harvard University Press, 2000.

RAWLS, J. Justiça como equidade: uma reformulação. Organizado por Erin Kelly. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

RAWLS, J. Justiça como equidade: uma concepção política, não metafísica. Lua Nova: Revista de Cultura e Política. São Paulo, n. 25, 1992.

RAWLS, J. O Liberalismo Político. São Paulo: Ática, 2011.

RAWLS, J. Political Liberalism (Expanded Edition). New York: Columbia University Press, 2005.

RAWLS, J. Uma teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

SEN, A. A ideia de justiça. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SEN, A. Equality of What? In: Tanner Lectures in Human Values (Delivered at Stanford University), maio 2022, 1980.

VITA, Á. de. A tarefa prática da filosofia política em John Rawls. Lua Nova, n. 25, 1992, p. 5-24.

VITA, Á. de. A justiça igualitária e seus críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

VITA, Á. de. Justiça distributiva. A crítica de Sen a Rawls. Dados - Revista de Ciências Sociais, v. 42, n. 3, p. 471-498, 1999.

VITA, Á. de. O Liberalismo Igualitário: Sociedade democrática e justiça internacional. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

Publiée

2023-07-12

Comment citer

Francelino, E. M. (2023). A educação na justiça como equidade de Rawls: uma posição de centralidade ou de marginalidade?. Voluntas: International Journal of Philosophy, 13(1), e11. https://doi.org/10.5902/2179378667907