Sonhos tirânicos e uma poção mágica para as opressões na cabeça de Cármides no diálogo (homônimo) de Platão
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378655383Palabras clave:
Cármides, República, Sonhos, Tirania, MagiaResumen
Sabendo que Cármides sofria com dores na cabeça pela manhã, Sócrates se oferece para curar a enfermidade do jovem e, em busca do fármaco para o tratamento, conta que, enquanto esteve em Potideia, recebera o ensinamento de certas práticas mágicas de um discípulo de Zalmoxis. Possíveis causas para as opressões na cabeça de Cármides já foram aventadas, como, por exemplo, a ressaca da embriaguez e a própria intemperança, objeto de análise do diálogo. O nosso propósito neste artigo é, além de sugerir a hipótese de que a moléstia se deve à qualidade de seus sonhos, destacar, dentre algumas práticas caracterizadas como mágicas, aquela que visa a cura por intermédio da liberação da alma do corpo, o que é assinalado pela excursão alçada pelo sono. Para corroborar a nossa hipótese, abordaremos passagens da República em que Platão, ao tratar da transformação do homem democrático em tirânico, menciona a psicologia dos sonhos.
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