Tragédia sem redenção: o pessimismo absoluto de Julius Bahnsen

Autores

  • Flamarion Caldeira Ramos Universidade Federal do ABC, Santo André, SP

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378633796

Palavras-chave:

Tragédia, Redenção, Pessimismo, Humor

Resumo

Trata-se neste texto de apresentar a filosofia de Julius Bahnsen (1830-1881), cuja teoria é uma tentativa de conciliar a filosofia da vontade de Schopenhauer com a dialética de Hegel, o que resultou na elaboração de uma dialética real (Realdialektik), uma espécie de pessimismo absoluto. Para essa apresentação será enfatizada a concepção do trágico como uma categoria não apenas restrita à reflexão estética, mas como própria da manifestação da contradição inerente à vontade, a qual ao mesmo tempo quer e não quer. Ao invés de propor alguma saída redentora para o círculo autocontraditório da vontade, Bahnsen afirmará o caráter irreconciliável dessa cisão e rejeitará a perspectiva soteriológica da filosofia schopenhaueriana defendida por Eduard von Hartmann e Philipp Mainländer. O resultado será um decidido niilismo que encontrará apenas na categoria do humor uma possibilidade de alívio.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flamarion Caldeira Ramos, Universidade Federal do ABC, Santo André, SP

Doutor em Filosofia pela USP. Professor de ética da Universidade Federal do ABC.

Referências

BAHNSEN, Julius. Beiträge zur Charakterologie: mit besonderer Berücksichtigung pädagogischer Fragen. Leipzig: Brockhaus, 1867.

BAHNSEN, Julius. Das Tragische als Weltgesetz und der Humor als ästhetische Gestalt des Metaphysischen. Berlin: VanBremen, 1995.

BAHNSEN, Julius. Der Widerspruch im Wissen und Wesen der Welt. Princip und Einzelbewährung der Realdialektik. 2 Vols., Berlim, 1880 e Leipzig, 1882. Reeditado por W. H. Müller-Seyfarth. Zurique-Nova Yorque: Olms, 2003, 2 vols.

BAHNSEN, Julius. Mosaiken und Silhouetten. Charakterographische Situations - und Entwicklungsbilder. Berlin: VanBremen, 1995.

BAHNSEN, Julius. Lo trágico como ley del mundo y el humor como forma estética de lo metafísico. Tradução de Manuel Pérez Cornejo. Universitat de València, 2015.

BAHNSEN, Julius. Wie ich wurde was ich ward. Nebst anderen Stücken aus dem Nachlass des Philosophen. (Hrsg.). R. Louis, München, 1905; segunda edição: (Hrsg.) A. Ruest, Leipzig, 1931.

BAHNSEN, Julius. Zum Verhältnis zwischen Wille und Motiv. Eine metaphysische Voruntersuchung zur Charakterologie. «Lauenburger Programmabhandlung», Danzig, 1869; Stolp und Lauenburg i. P., 1870.

BERNHARD, Wolfram. Schopenhauer und die moderne Charakterologie. SchopenhauerJahrbuch, 44 (1963), pp. 25-133.

CIRACÌ, Fabio; FAZIO, D. M.; KOßLER, M. Schopenhauer und die Schopenhauer-Schule. Würzburg: Königshausen & Neumann, 2009.

FAZIO, Domenico M. La scuola di Schopenhauer: i contesti. In: La scuola di Schopenhauer: testi e contesti. A cura del Centro interdipartimentale di ricerca su Arthur Schopenhauer e la sua scuola dell'Università del Salento. Lecce: Pensa Multimedia, 2009.

FAZIO, Domenico M. Nietzsche e il pessimismo post-schopenhaueriano: Hartmann, Mainländer e Bahnsen. In: La passione della conoscenza. Studi in onore di Sossio Giametta. A cura del Centro interdipartimentale di ricerca su Arthur Schopenhauer e la sua scuola dell’Università del Salento. Lecce: Pensa Multimedia, 2010, pp. 161-184 (Schopenhaueriana, 5).

FAZIO, Domenico M. Ein Begriff des Tragischen "zum Hausbedarf". Julius Bahnesn schreibt an Friedrich Nietzsche. In: L. Hühn u. P. Schwab (Orgs). Die Philosophie des Tragischen. Schopenhauer,

Schelling, Nietzsche. Berlin - New York: Walter de Gruyter, 2011, pp. 623-636.

HÜHN, L.; SCHWAB, P. (Orgs.) Die Philosophie des Tragischen. Schopenhauer, Schelling, Nietzsche. Berlin: Walter de Gruyter, 2008.

HEYDORN, Heinz-Joachim. Julius Bahnsen. Eine Untersuchung zur Vorgeschichte der modernen Existenz. Gòttingen-Frankfurt a. M., 1953.

INVERNIZZI, G. Il pessimismo tedesco dell’Ottocento. Schopenhauer, Hartmann, Bahnsen e Mainländer e i loro avversari. Firenze: La Nuova Italia, 1994.

LÜTKHAUS, Ludger. Nichts: Abchied vom Sein, Ende der Angst. Frankfurt am Main: Zweitausendeins, 2007.

MACHADO, Roberto. O nascimento do trágico – de Schiller a Nietzsche. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

MÜLLER-SEYFARTH. Metaphysik der Entropie. Berlin: VanBrenen Verlagsbuchhandlung, 2000.

SCHOPENHAUER, A. Sämtliche Werke. Editadas e comentadas criticamente por Arthur Hübscher. Wiesbaden: F. A. Brockhaus, 1972, 7 vols.

SCHOPENHAUER, A. Gesammelte Briefe. Hrsg. von A. Hübscher. Bonn: Bouvier, 1987.

SCHOPENHAUER, A. Sobre o fundamento da moral. Tradução de Maria Lúcia Cacciola. São Paulo, Martins Fontes, 1995.

SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e como representação. Tradução de Jair Barboza. São Paulo: Unesp, 2005.

SCHOPENHAUER, A. Sobre a ética. (Capítulos 8 – 15 de Parerga e Paralipomena de Arthur Schopenhauer). Organização e tradução de Flamarion C. Ramos. São Paulo: Hedra, 2012.

Downloads

Publicado

2015-12-01

Como Citar

Ramos, F. C. (2015). Tragédia sem redenção: o pessimismo absoluto de Julius Bahnsen. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 6(2), 111–121. https://doi.org/10.5902/2179378633796

Edição

Seção

Artigos