Pessimismo e política: conservadorismo e crítica social a partir de Schopenhauer
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179378636052Palavras-chave:
Pessimismo, Política, Conservadorismo, História, SolidariedadeResumo
A relação entre política e pessimismo, ou mais precisamente, entre a possibilidade de mudança social e política, por um lado, e a rejeição metafísica dessa mesma possibilidade, por outro, tem sido marcante na recepção da filosofia de Schopenhauer desde o século dezenove. Por um lado, uma vasta gama de autores mobilizará argumentos pessimistas que ou coincidem ou se inspiram em Schopenhauer para defender uma perspectiva imobilista e conservadora da política e, por outro, vários autores se valerão de argumentos presentes na filosofia de Schopenhauer como uma denúncia das condições de iniquidade e injustiça da vida nas sociedades modernas capitalistas. Por essa razão, é possível de fato destacar tanto uma “direita schopenhaueriana” quanto uma “esquerda schopenhaueriana”. No presente artigo procurarei apresentar um quadro geral da recepção da filosofia de Schopenhauer no que diz respeito ao ideário propriamente político, partindo de uma análise do vínculo entre seu pessimismo e sua filosofia política e desembocando nos diversos usos do pessimismo feitos para justificar as mais diversas posições políticas.
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