Quando Ismália enlouqueceu e o potencial que há em ser escória
DOI:
https://doi.org/10.5902/1983734889316Parole chiave:
Centro de atenção psicossocial, Loucura, Sofrimento psíquico, Potência de vidaAbstract
Este texto surge a partir da experiência de Estágio Específico do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria realizado no primeiro semestre de 2024 em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Propõe um mergulho nas narrativas, memórias e repetições do usuário aqui mencionado como Jesus (nome fictício escolhido por ele mesmo), o condutor principal dessa conversa. O texto foi amparado pelas transcrições das conversas que se deram entre Jesus e um antigo estagiário do CAPS, com o profissional de referência de Jesus no serviço, mas principalmente pelas anotações no Diário de Campo produzido e alimentado no decorrer desta experiência pela estagiária. Estendida em 9 trechos, esta escrita se desenrola como um mapeamento dessa vivência, trazendo considerações sobre loucura e sofrimento. Aponta Jesus como o ‘menino mais triste’ que escolheu a vida, mas que acabou se tornando, dentre outras coisas, um sintoma da inferência racista e capitalista de uma sociedade que busca, a todo momento, capturar suas manifestações vitais no circuito da doença, da cronicidade, do delírio e da mania. O texto mostra ainda que, além do cercamento da repetição narrativa, há música e potência em ser escória. E que há valor no trabalho que escuta as sutilezas do viver.
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Riferimenti bibliografici
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