Cartografar para adiar o fim do mundo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734890646

Palavras-chave:

cartografia, pesquisa, Ailton Krenak, multiplicidade

Resumo

Este ensaio tem como objetivo propor uma reflexão acerca da produção de conhecimento na universidade no âmbito da pesquisa. São abordados os impactos do processo colonizatório tanto na manutenção da perspectiva epistemológica hegemônica quanto nos processos de produção de subjetividade contemporâneos. Aponta-se a cartografia como metodologia de pesquisa capaz de acompanhar a diferença e a pluralidade nos processos de subjetivação, enquanto é elaborada uma aproximação com o pensamento de Ailton Krenak, propiciando uma reflexão acerca da possibilidade de utilizar a pesquisa como uma forma de adiar o fim do mundo.

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Biografia do Autor

Juliana Martins Roeber, Universidade Federal de Santa Maria

Univsersidade Federal de Santa Maria.

Luana Vargas Aquino, Universidade Federal de Santa Maria

Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Maria.

Marcele Pereira da Rosa Zucolotto, Universidade Federal de Santa Maria

Doutora em Psicologia Social e Institucional pela UFRGS
Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da 
Universidade Federal de Santa Maria-UFSM

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Publicado

2025-07-24

Como Citar

Roeber, J. M., Aquino, L. V., & Zucolotto, M. P. da R. (2025). Cartografar para adiar o fim do mundo. Revista Digital Do LAV, 18(1), e12/1–18. https://doi.org/10.5902/1983734890646

Edição

Seção

Dossiê – Artes e literaturas indígenas contemporâneas: forças que movimentam modos de pensar, sentir e fazer pesquisas