Montes sagrados: uma viagem pela iconologia portuguesa

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DOI:

https://doi.org/10.5902/1983734866499

Palavras-chave:

Montes sagrados, Bom Jesus do Monte, Iconologia, Iconografia, Mito

Resumo

As montanhas sempre fascinaram os homens desde antes da efetivação do lógos, transmitindo-lhes medo, devoção e respeito. Devido a isso, diversas interpretações mítico-religiosas foram criadas, tendo tais elevações como elementos-chave: seja como representação da divindade, sua morada, ou locais para suas teofanias. Assim, o cristianismo, como o judaísmo de onde surgiu, não ficou alheio a essa peregrinação aos locais sagrados, muitos dos quais montes. Por volta do ano 1000 de nossa era, os peregrinos cristãos ansiavam por dirigir-se a Jerusalém, como forma de expiar seus pecados na virada do novo milênio que se aproximava, no entanto, os turcos otomanos dificultaram tal acesso, levando os fiéis europeus a buscarem novas alternativas para expressar sua fé, como os montes sagrados. Dessa maneira, este artigo visa a compreender como se efetivou este processo, buscando resgatar elementos iconográficos e iconológicos que se dispersaram devido à ação do tempo, a fim de que pesquisadores e estudantes brasileiros possam ter acesso a esse manancial logo-imagético também presente em nosso fazer artístico. Para isso, empreendeu-se, de modo especial, uma pesquisa logo-imagética, a partir das considerações iconográficas de Cesare Ripa (2007a, 2007b).

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Biografia do Autor

Jack Brandão, Centro de Estudos Imagéticos CONDES-FOTÓS

Doutorado em Letras (Língua e Literatura Alemã) pela Universidade de São Paulo - USP (2008).  Professor, pesquisador e diretor do Centro de Estudos Logo-Imagéticos CONDES-FOTÓS IMAGO LAB, da JackBran Consult.

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Publicado

2022-04-26

Como Citar

Brandão, J. (2022). Montes sagrados: uma viagem pela iconologia portuguesa. Revista Digital Do LAV, 15, e5/01–32. https://doi.org/10.5902/1983734866499