Rodas de conversa com adolescentes: Estratégias para lidar com conflitos na escola
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644466258Palavras-chave:
Roda de conversa, Adolescente, Psicanálise, Escola públicaResumo
Neste artigo, refletimos sobre o uso estratégico da roda de conversa, orientada pela psicanálise, com abordagem direcionada para o tema conflitos na escola. Realizamos uma intervenção com estudantes adolescentes representantes de turmas do Ensino Fundamental II em uma escola pública localizada numa capital brasileira. O foco das queixas referia-se à indisciplina, à violência, à desmotivação, ao desrespeito, à apatia, ao uso de drogas nas áreas de recreação, ao enfrentamento, entre outros, relatados pelos diretores, professores e funcionários, em relação aos alunos. Notamos que essa escola mostrava-se impossibilitada de ativar toda a potência do tempo de passagem adolescente, além de reduzi-la, quase tão somente, às dimensões conflitivas entre alunos e educadores. A tomada da palavra na escola, por meio de espaços francos de fala, contribuiu para a responsabilização subjetiva e política dos adolescentes na escola e produziu transformações discursivas nas formas de organização, na maneira como os professores se reportam aos alunos, nas formas de laços entre os estudantes e a comunidade escolar, reinventando, assim, formas mais solidárias de interação, reconhecimento e de engajamento do exercício da cidadania na estrutura institucional.
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