Mercantilização da educação: do gerencialismo ao empresariamento da oferta escolar
DOI :
https://doi.org/10.5902/1984644437100Mots-clés :
Mercantilização da educação, Empresariamento, Gerencialismo.Résumé
O presente trabalho buscou analisar processos de mercantilização da educação pública a partir da discussão teórica com pesquisadores críticos sobre as reformas na educação e sua relação com um caso específico. Metodologicamente, dialogamos com a produção acadêmica para articular com uma análise documental de publicações na imprensa e dados da rede escolar. Os dados desta pesquisa apontam que a combinação entre a austeridade e a focalização do ensino orientado para o desempenho escolar ao mesmo tempo em que projeta nacionalmente o governo do estado do Espírito Santo podem estar aprofundando características cada vez mais mercantis e antidemocráticas da educação. Nesse movimento que vai do gerencialismo ao empresariamento na prática, muito ao contrário do aparente êxito na gestão, políticas derivadas de reformas neoliberais na realidade analisada esvaziam o sentido público e democrático da gestão educacional além de corroer as bases do direito a educação.
Références
BALL, Stephen J. Profissionalismo, gerencialismo e performatividade. Cadernos de Pesquisa, v. 35, n.126, p.539-564, 2005.
BARBOSA, Eduardo Fernandes et al. Gerência da qualidade total na educação. Belo Horizonte, MG: Fundação Christiano Ottoni / UFMG, 1994.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Decreto – Atos do Poder Executivo, de 16 de abril de 2018. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 17 abr. 2018. Seção 2, p. 1-1. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=17/04/2018&jornal=529&pagina=1. Acesso em: 17 dez. 2018.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 12ª ed, São Paulo, Ática, 440 p, 1992.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DUARTE, Adriana. Tendências das reformas educacionais na América latina para a educação básica nas décadas de 1980 e1990. In: FARIA
FILHO, Luciano Mendes; NASCIMENTO, Cecília Vieira; SANTOS, Marileide Lopes (Org.). Reformas educacionais no Brasil: democratização e qualidade da escola pública. Belo horizonte: Mazza Edições Ltda, p. 161-185, 2010.
DWECK, Esther; OLIVEIRA, Ana Luiza Matos; ROSSI, Pedro. (Org.). Austeridade e retrocesso: impactos sociais da política fiscal no Brasil. São Paulo: Brasil Debate e Fundação Friedrich Ebert, agosto de 2018. ISBN 879-85-9565-040-4.
FREITAS, Luiz Carlos de. Os empresários e a política educacional: como o proclamado direito à educação de qualidade é negado na prática pelos reformadores empresariais. Germinal, Salvador, v. 1, n. 6, p.49-59, jun. 2014. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/12594. Acesso em: 02 fev. 2018.
FRIGOTTO, Gaudêncio. A produtividade da escola improdutiva: um (re)exame das relações entre educação e estrutura econômico-social capitalista. 4ª ed, São Paulo, Cortez, 264p, 1993.
GENTILI, Pablo. Três teses sobre a relação trabalho e educação em tempos neoliberais. In: LOMBARDI, José Claudinei; SAVIANI, Demerval;
SANFELICE, José Luis (Org). Capitalismo, trabalho e educação. São Paulo, Editora Autores Associados, 45-59p, 1994.
ESPÍRITO SANTO. IJSN. Plano de Desenvolvimento do Espírito Santo 2025. Seger-ES: Vitória-ES, fevereiro de 2007.
LIMA, Marcelo. Trabalho e Educação no Brasil: da formação para o mercado ao mercado da formação. 01. ed. Curitiba: CRV, v. 01. 130p, 2016.
MARTINS, Erika Moreira. Todos Pela Educação? Como os empresários estão determinando a política educacional brasileira. 1ª edição, Rio de Janeiro: Lamparina, 2016.
PINTO, Ana Estela de Sousa; FRAGA, Érica. Escola do século 21 terá que ensinar a ter concentração, diz secretário do ES. Folha de S. Paulo, 09/12/2017, Educação. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/12/1941999-escola-do-seculo-21-tera-que-ensinar-a-ter-concentracao-diz-secretario-do-es.shtml 1/7. Acesso em: 16/11/2018.
SANTIAGO, Rui et al. Modelos de governos, gerencialismo e avaliação institucional das universidades. Revista Portuguesa de Educação, v.16, n.1, p.75-99, 2003.
SILVA, Maria Abádia da. Qualidade social da educação pública: algumas aproximações. Cad. Cedes, Campinas, v. 29, n. 78, p. 216-226, maio/ago. 2009.
SOUZA, Sandra Zákia Lian de; OLIVEIRA, Romualdo Portela de. Políticas de avaliação da educação e quase mercado no Brasil. Educ. Soc., Campinas, v. 24, n. 84, p. 873-895, Set. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302003000300007&lng=en&nrm=iso. Acesso em 02 fev. 2019.
ESPÍRITO SANTO. Ministério Público do estado do Espírito Santo. CAPE - Centro de Apoio Operacional de Implementação das Políticas de Educação. Boletim informativo – Educação em foco. Edição nº 40 – Janeiro/Fevereiro 2016.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0)
Declaramos o artigo _______________________________ a ser submetido para avaliação o periódico Educação (UFSM) é original e inédito, assim como não foi enviado para qualquer outra publicação, como um todo ou uma fração.
Também reconhecemos que a submissão dos originais à Revista Educação (UFSM) implica na transferência de direitos autorais para publicação digital na revista. Em caso de incumprimento, o infrator receberá sanções e penalidades previstas pela Lei Brasileira de Proteção de Direitos Autorais (n. 9610, de 19/02/98).
_______________________________________________________
Nome completo do primeiro autor
CPF ________________