Discursivização sobre indisciplina e doenças do não se comportar na perspectiva da medicalização da educação
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644483843Palavras-chave:
Educação, Indisciplina, MedicalizaçãoResumo
A indisciplina escolar tem sido tema de inúmeras e relevantes discussões na área educacional, especialmente quando associada à medicalização do processo educativo. Realizado em uma escola da rede pública do interior paulista, este estudo teve como objetivo compreender como quatro alunos do ensino fundamental, tidos como indisciplinados, seus respectivos professores e a diretora da escola, discursivizam a indisciplina e as questões do não se comportar em sala de aula. Os resultados apontam para três eixos de análise: “Os sentidos sobre a indisciplina e o não se comportar em sala de aula nas vozes dos alunos e da escola”, que compreendeu os sentidos atribuídos à indisciplina escolar e às questões do não se comportar; “A perspectiva tradicional e homogeneizadora de ensino: responsabilização, culpabilização e punição sobre o não se comportar”, que discutiu sobre o processo de normalização e normificação do comportamento e os modos como a escola busca culpabilizar o aluno como o único responsável pelas situações de indisciplina; e “Rótulos e estigmas discursivizados sobre o aluno: implicações para as doenças do não se comportar”, tratando-se dos rótulos e estigmas refratados pela escola sobre o aluno, que contribuem para o fortalecimento do discurso acerca das doenças do não se comportar. Espera-se com este estudo contribuir para a ampliação da discussão acerca dos sentidos sobre indisciplina, nas situações em que se encontra associada às doenças do não se comportar, visando maior compreensão, por parte de profissionais da área da educação e saúde, sobre os malefícios do processo de medicalização da educação.
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