Clínica dialógica e relação aos saberes em situações extremas: à escuta dos relatos de adolescentes doentes
DOI:
https://doi.org/10.5902/1984644440154Palavras-chave:
Clínica Dialógica, Relação ao saber, Classe hospitalarResumo
O objetivo deste estudo é conhecer como os adolescentes hospitalizados se sentem em relação à sua vivência como um paciente crônico grave, excetuando-se aqui os pacientes neurológicos severos e os com problemas psicológicos graves, e que saberes esses sujeitos desenvolvem durante o período de hospitalização. Trabalhou-se com cinco adolescentes com cânceres de diferentes etiologias, com idades compreendidas entre 13 e 19 anos. Todos os adolescentes foram atendidos no hospital seguindo o método das Conversas Fenomenológicas (FERNANDES, 2017). O objetivo foi questionar as diferentes hipóteses possíveis sobre o papel da escolarização para o adolescente gravemente doente e sua relação com o saber neste momento de dificuldade física e de supressão do direito à escola. Como resultado, percebeu-se que o estudo regular não lhes faz falta, pois o que eles querem é falar sobre si mesmos, sobre tudo o que lhes acontece, sobre a doença, seus sentimentos, sua maneira de ver o mundo e tudo sobre o que nunca pensaram. Sua relação com a classe hospitalar parece inaugurar uma nova relação com o saber escolar, ainda não inaugurada pela escola.
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