As Tecnologias Digitais como condição habitativa e o Ensino de Filosofia
DOI:
https://doi.org/10.5902/2448065789435Schlagworte:
Filosofia da Tecnologia, Ensino de Filosofia, Cosmotécnica, Cosmopolítica, Tecnologia DigitalAbstract
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre Filosofia, Tecnologia e Ensino de Filosofia no contexto do impacto das tecnologias digitais na sociedade atual e como isso se relaciona com o ensino de filosofia na escola básica. Ele resulta da pesquisa em desenvolvimento no Mestrado Profissional em Filosofia / PROFFILO. A discussão se desenvolverá sob três interrogações: que tipo de Filosofia deveria ser mobilizada politicamente na escolarização básica para se cumprir o previsto na LDB? De que forma a Tecnologia, enquanto condição habitativa, se insere na experiência social e na formação de nossa subjetividade nos exigindo que reflitamos sobre ela para além do aspecto do ensino profissional em que está inserida? E, por fim, de que forma o Ensino da Filosofia, enquanto campo científico autônomo, pode unir o tipo de Filosofia a ser mobilizada na escola e a compreensão crítica da Tecnologia em seu papel contemporâneo? Se hoje nossa vivência está imbricada com a tecnologia de forma muito mais fundamental que em outras épocas, é papel da Filosofia mobilizar um ensino tal que capacite a sociedade a pensar-se para transformar essa vivência, caso decida, inclusive de forma rebelde, colocando em questão as estruturas que criam, desenvolvem e mantém essa relação que coisifica o ser humano a favor de quem detém o poder sobre essas mesmas estruturas. O presente artigo reflete sobre isso e procura criar condições para a criação coletiva de um consenso de classe, trazendo uma articulação entre diversos pensadores, com maior ênfase para o pensador chinês Yuk Hui.
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