Língua, história e memória em obras produzidas por mulheres encarceradas

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.5902/2176148589086

Mots-clés :

Gênero, Literatura, História, Memória, Escrita de cárcere

Résumé

O artigo apresenta uma discussão sobre o funcionamento discursivo literário em obras produzidas por mulheres encarceradas, analisando, pela abordagem da Análise de Discurso Materialista, recortes da obra Ela e a reclusão: o condenado poderia ser você, de Vera Tereza de Jesus, e Quem saberia perder, de Gih Trajano. Embora com uma distância temporal significativa, as produções oportunizam um importante debate sobre a relação entre literatura, história e memória em relação com a narratividade. O impossível de “narrar-se a si mesmo” caracteriza a relação entre língua, história e memória.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Luciana Iost Vinhas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora de Língua Portuguesa e Linguística na Universidade Federal do Rio Grande. Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Références

ARFUCH, Leonor. Problemáticas de la identidad. In: ARFUCH, Leonor. (org.). Identidades, sujetos y subjetividades. 2.ed. Buenos Aires: Prometeo Libros, 1996. p. 21-44.

BALIBAR, Étienne; MACHEREY, Pierre. Sur la littérature comme forme idéologique. Quelques hypothèses marxistes. Littérature, n° 13, 1974, p. 29-48.

CORONEL, Luciana. Gênero e encarceramento: as vozes e o silêncio das presidiárias autoras. In: GOMES, Gínia. (org.). Alteridades em trânsito. Porto Alegre: Metamorfose, 2018. p. 222-239.

FERRÉZ. Terrorismo literário. In: FERRÉZ (org.). Literatura marginal: talentos da escrita periférica. Rio de Janeiro: Agir, 2005. p. 9-14.

KUCINSKI, Bernardo. 60 anos do golpe de 1964: interfaces entre linguística e literatura. YouTube, 29 ago. 2024. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=McgGkbsOY1k&t=343s.

JESUS, Vera Tereza de. Ela e a reclusão: o condenado poderia ser você. 3. ed. São Paulo: Edições “O Livreiro”, [197-].

MACHEREY, Pierre. Para uma teoria da produção literária. SP: Estampa, 1974.

MALDIDIER, Denise. A inquietação do discurso: (re)ler Michel Pêcheux hoje. Tradução de Eni Orlandi. Campinas: Pontes, 2003.

MARIANI, Bethânia Sampaio Correa. O comunismo imaginário: práticas discursivas da imprensa sobre o PCB (1922-1989). 1996. 256f. Tese (Doutorado) – Unicamp, Instituto de Estudos da Linguagem, Campinas, SP, 1996.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso e texto: formulação e circulação dos sentidos. 2.ed. Campinas: Pontes, 2005.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Parkour: corpo e espaço reescrevem o sujeito. Línguas e instrumentos linguísticos, n. 34, p. 75-87, jul.-dez 2014.

PÊCHEUX, Michel. O discurso: estrutura ou acontecimento. Tradução de Eni Orlandi. Campinas: Pontes, 2006.

PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Orlandi [et al]. Campinas: Editora da UNICAMP, 2009.

PENTEADO, Gilmar. Estética da vida no limite: autenticidade, ponto de vista interno, testemunho e valor literário em Quarto de despejo (diário de uma favelada). 2018. 356f. Tese (Doutorado) – UFRGS, Instituto de Letras, 2018.

RICKES, Simone. A escritura como cicatriz. Educação & Realidade, 27(1), 2002.

ROBIN, Regine. Identidad, memoria y relato: la imposible narración de si mismo. Buenos Aires: Oficina de Publicaciones de C.B.C., 1996.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Violência, Encarceramento, (In) justiça: memórias de histórias reais das prisões paulistas. Revista Letras, São Paulo, v.43, n.2, p. 29-47, 2003.

TRAJANO, Giselia de Sá. Quem saberia perder. São Paulo: Selin Trovoar, 2021.

ZOPPI-FONTANA, Mónica Graciela. “Lugar de fala”: enunciação, subjetivação, resistência. Conexão Letras, v. 12, n. 18, p. 63-71, 2017.

Téléchargements

Publié-e

2025-11-28

Comment citer

Vinhas, L. I. (2025). Língua, história e memória em obras produzidas por mulheres encarceradas. Letras, 70, e89086. https://doi.org/10.5902/2176148589086