Assombros da memória em "Quarto de despejo: diário de uma favelada", de Carolina de Jesus
DOI:
https://doi.org/10.5902/2176148542686Palabras clave:
Escravidão, Violência, Memória, Arquivo, MontagemResumen
O longo período de escravidão adotado pelo Brasil, bem como as violências praticadas e vividas – mesmo depois da ruptura do sistema escravista oficial – não são temas esgotados na ficção brasileira; ao contrário, paira sobre esses acontecimentos silêncios incômodos. Silêncio que não é imposto pelo fato de não serem tratados na literatura nacional, mas – principalmente – por serem poucos os envolvidos diretamente nesses momentos históricos que tiveram voz. A obra Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960), de Carolina de Jesus, é um grito tradutor de uma memória solapada. Na obra da autora, negra e favelada, o vestígio do passado é narrado no cotidiano presente de uma vida marcada pela exclusão social, pelo apagamento do gesto escravista e sua silenciosa sobrevivência.
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