Identidades de gênero transgressoras na canção brasileira: as performances do corpo e da voz como poéticas interartes subversivas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2176148568102

Palavras-chave:

Canção brasileira, Identidade sexual e de gênero, Heterossexualidade compulsória, Teoria queer, Performance

Resumo

Na canção popular brasileira manifestam-se questionamentos da heteronormatividade, ora através do discurso; ora pela manifestação do desejo; ou, ainda, por meio do corpo, em performances transgressoras que colocam em diálogo distintas linguagens artísticas. Neste artigo, são discutidos tais aspectos, tomando por base, em especial, as ideias de Carlos Mendonça e Felipe Kolinski Machado (2019), Renato Gonçalves (2019) e Rodrigo Faour (2006), acerca da canção brasileira, e de Adrienne Rich (2010), Judith Butler (2015), Luce Irigaray (2017), Monique Wittig (2019) e Paul B. Preciado (2019), que discutem as questões de gênero e sexualidade.

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Biografia do Autor

Rafael Eisinger Guimarães, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, RS

Doutor em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor do Departamento de Ciências, Humanidades e Educação e do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade de Santa Cruz (UNISC).

Ana Luiza Martins, Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, RS

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Letras, área de concentração "LEITURA: estudos linguísticos, literários e midiáticos", da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), RS, bolsista PROSUC - CAPES - Mod. I.

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Publicado

2022-12-06

Como Citar

Guimarães, R. E., & Martins, A. L. (2022). Identidades de gênero transgressoras na canção brasileira: as performances do corpo e da voz como poéticas interartes subversivas. Letras, 1(63), 76–93. https://doi.org/10.5902/2176148568102